Líder do Vem
pra Rua afirmou que saída do presidente causaria
instabilidade muito grande. Atos deste domingo
foram menores
do que os do
impeachment.
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Chequer: ‘Tomamos cuidado para não
escorregar para o Fora Temer’
Com uma pauta difusa e o público
disperso em pequenas concentrações ao longo da Av. Paulista, no centro de São
Paulo, os movimentos que saíram às ruas neste domingo (26/03)
tiveram o menor público entre todos os atos de 2015 e 2016. Na capital paulista
e em outras cidades do país, os grupos pouparam o presidente Michel Temer
e focaram as manifestações no apoio à Lava Jato, na rejeição ao voto em
lista fechada e no pedido pelo fim do foro privilegiado.
O líder do Vem pra Rua, grupo que
concentrou o maior número de pessoas na Av. Paulista, Rogério Chequer, disse a VEJA que o
esvaziamento aconteceu porque o pleito era “mais complicado”, a despeito de
“estarmos vivendo em um momento tão grave como no impeachment”. Mesmo assim,
ele destacou o interesse do público que compareceu em discutir temas menos
palatáveis para a maioria da população, como a defesa do voto distrital, por
favor. “Foi diferente. Não era um assunto binário, como tirar a Dilma e o
PT. Agora, a pauta é mais complicada. Mas o engajamento foi forte”, disse ele.
Sem um alvo claro, Chequer
ressaltou que não se ouviu em nenhum discurso nem viu em cartazes o “Fora,
Temer”, mote dos atos organizados por centrais sindicais e grupos
de esquerda que fecharam a mesma Avenida no último dia 15 para protestar contra
a reforma da previdência.
“Tomamos cuidado para que nenhuma crítica
escorregasse no Fora Temer. Não viemos aqui pedir o impeachment dele. Isso
causaria uma instabilidade muito grande”, disse. Ele afirmou que aguarda a
decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da
chapa Dilma Temer para se pronunciar sobre um eventual afastamento do
peemedebista – o que, por enquanto, está fora de cogitação. “Aqui é fora
políticos que agem para benefício próprio, que não são todos”, completou.
Num dos primeiros atos de 2014, o
Vem pra Rua chegou a dar palanque para políticos tucanos, como o senador José
Serra (SP), cujo nome agora aparece na lista de pedidos de inquérito enviada
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal
(STF). “Fizemos uma besteira. Mas aprendemos e a partir de 2015 não demos mais
espaço a políticos”, disse Chequer. No protesto deste domingo, poucos políticos
marcaram presença, com exceção do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e do deputado
Major Olímpio (SD-SP), que distribuíram selfies entre o público.
MBL
Enquanto o Vem pra Rua foi o
último movimento a encerrar o ato, por volta das 18 horas, o Brasil Livre foi o
primeiro – o grupo desligou o carro de som por volta das 16h30. Com a
expectativa de baixa adesão, o MBL planejava se deslocar ao invés de ficar parado
na Av. Paulista. Mudaram de ideia por uma orientação da Polícia Militar.
“Está mais vazio porque esse é um
ato de alerta aos políticos e não um protesto baseado num momento histórico
como o impeachment. Não podemos nos tornar reféns do nosso próprio sucesso”,
disse Renan Haas, um dos coordenadores do MBL, referindo-se aos megaprotestos
que levaram milhões às ruas de todo o Brasil em 2015 e 2016.
Veja.com
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