Wagner e a
família foram assassinados em
São Gonçalo
(Foto: Reprodução / Facebook)
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Irmã de uma das vítimas é
apontada como mentora do crime. Matadores teriam jogado pedaços de dentes no
chão do apartamento, que em ritual de magia negra significa 'tomar posse'.
Ganância e dinheiro com elementos
de magia negra. Segundo o delegado Fábio Barucke, a mistura desses fatores
explica o triplo homicídio ocorrido na sexta-feira (17) no bairro Barro
Vermelho, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Possibilidade
que se tornou concreta após o depoimento de Matheus Resende Khalil, filho de
Simone Gonçalves Rezende, apontada pela polícia como mentora intelectual do
crime.
Durante o depoimento, Matheus
confessou que, na noite do crime, recebeu um telefonema da mãe. Ela o orientou
a levar dois homens até o apartamento da avó, contíguo ao imóvel das vítimas, o
que ele admitiu ter feito.
Ao chegar lá, os dois homens
passaram por uma janela até a casa da família - eles mataram todos e, logo em
seguida, ligaram para Matheus, mandando que ele descesse e ligasse o carro. Os
três fugiram em direção a Saquarema. A polícia investiga qual o vínculo dos
matadores com Simone.
"Sabemos que Simone participa
de rituais de magia negra. Isso começou a chamar nossa atenção quando encontramos
dentes jogados no chão do imóvel onde o crime aconteceu, próximos às vítimas.
Nenhum dos matadores saiu de lá ferido, logo não poderiam ser deles. Por meio
de pesquisas, descobrirmos que, dentro dessa prática religiosa, dentes
significam posse. Ou seja, o gesto de lançar dentes no chão do imóvel teria
valor simbólico - significaria que estavam tomando posse daquele
apartamento", explicou Barucke.
Durante o depoimento, Matheus
afirmou que seu irmão, Lucas - que está foragido e contra quem há um mandado de
prisão - não participou do crime. A polícia investiga a informação de que Lucas
teria, na verdade, conseguido as armas do crime. Por meio de quebra de sigilo
telemático, os policiais descobriram que ele tentou vender uma arma para um
amigo durante uma conversa no Facebook.
"É quase certo que o crime
foi cometido com um silenciador, uma vez que ninguém ouviu os disparos. E
sabemos que o Lucas teria facilidade para conseguir armas e carros",
explicou o delegado. Matheus e os assassinos fugiram em um Prisma.
A Polícia Civil pediu, agora pela
manhã, a prisão temporária de Simone e Matheus. O pedido será apreciado pela 3ª
Vara Criminal de Niterói. O delegado disse ter reforçado ainda mais a certeza
de que Simone tramou o assassinato. "Ouvimos uma testemunha que estava ao
lado dela no momento em que foi informada do assassinato. Ela nos disse que,
assim que desligou o telefone, Simone gargalhou e disse que os problemas dela
estavam acabados", informou Barucke.
Lucas Khalil está foragido
Procurados
(21) 96802-1650; pelo facebook/(inbox), no endereço:
https://www.facebook.com/procurados.org/ ou ainda pelo
Disque-Denúncia (21) 2253-1177. O anonimato é
garantido.
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Na quarta-feira (22), o titular da
Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, delegado Fábio Barucke, pediu
a prisão temporária de Lucas Resende Khalil, de 23 anos. O pedido foi deferido
pelaJustiça e Lucas é considerado foragido. Os advogados dele dizem que ele se
entrega na quinta-feira (23). O Portal dos Procurados divulgou cartaz com foto
do suspeito e oferece recompensa de R$ 2 mil por informações sobre ele.
Segundo o delegado, as
investigações apontam que Lucas, filho de Simone Gonçalves Resende, irmã de uma
das vítimas, Soraya Gonçalves de Resende, tentava se desfazer de uma arma com
silenciador uma semana antes do crime.
As vítimas – um diretor da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), Wagner Salgado, a mulher dele, Soraya, e a filha
do casal, Giovanna, de 9 anos, foram mortas a tiros no apartamento onde
moravam, em São Gonçalo.
Herança motivou crime
Segundo a polícia, uma herança de
R$ 7 milhões pode ter motivado o assassinato da família na última sexta-feira
(17). O delegado Fabio Barucke afirmou que a herança inclui imóveis em Búzios,
na Região dos Lagos, e terrenos em São Gonçalo. Na disputa pelos bens, também
há um terreno onde funciona um posto de gasolina, que rende R$ 14 mil por mês.
A irmã de Soraya, Simone Resende,
continua sendo a principal suspeita, ainda de acordo com a polícia. Informações
sobre os imóveis foram dadas aos investigadores por Simone, em seu depoimento,
e pelo advogado dela, Raphael Jorio Filho, que cuida do inventário
representando a cliente. O delegado disse ainda que os indícios já levantados
pela investigação apontam Simone como a mentora intelectual dos assassinatos.
As imagens de câmeras de segurança
próximas ao local do crime, de acordo com a polícia, mostram a movimentação dos
criminosos, um deles bastante parecido com Lucas, que é obeso.
Nesta quarta, foram cumpridos
mandados de busca e apreensão em quatro endereços. Na casa do pai de Lucas, em
Rio das Ostras, Região dos Lagos, foi encontrado um revólver calibre 38 –
diferente das que foram usadas no crime, uma pistola 380 e um revólver calibre
32.
G1 Rio
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