O secretário
Antilavagem do governo uruguaio, Carlos Díaz
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Walter Paciello/ / Presidência do Uruguai
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Corpo foi encontrado boiando em
piscina; Polícia trabalha com hipótese de ataque cardíaco; Carlos Díaz era
peça-chave na colaboração com procuradores brasileiros
BUENOS AIRES. A Justiça do Uruguai
está realizando várias perícias para determinar os motivos da morte do
Secretário Nacional de Luta contra a Lavagem de Dinheiro do país, Carlos
Díaz, encontrado boiando na piscina de sua casa de Punta del Este na noite do
sábado de Carnaval. O funcionário é autor de um projeto de lei sobre lavagem de
dinheiro considerado importantíssimo pelo governo do presidente Tabaré Vázquez
em sua cruzada por redobrar o controle de operações suspeitas, e tinha se
transformado no principal elo entre Uruguai e Brasil para investigações
conjuntas sobre a Lava Jato.
Carlos Díaz disse ao GLOBO, em
reportagem publicada na última quinta-feira, que estava disposto inclusive a
ceder instalações e informações do órgão que dirigia a investigadores
brasileiros que apuram crimes de lavagem utilizando esquemas no país vizinho. A
articulação seria uma parceria inédita para investigar redes de lavagem de
dinheiro sujo proveniente do Brasil.
ATAQUE CARDÍACO É PRIMEIRA
SUSPEITA
Com este pano de fundo, a morte de
Díaz chamou a atenção de alguns setores da mídia local, mas segundo uma alta
fonte do Judiciário uruguaio a polícia "não encontrou indícios de
violência na casa nem no corpo".
No entanto, os protocolos locais,
explicou a fonte ao GLOBO, "exigem uma série de procedimentos que já estão
em processo". A principal suspeita das autoridades judiciais do país é de
que Díaz, um ex-fumante que tinha 69 anos, sofreu um ataque cardíaco fulminante.
A mulher do funcionário estava
dentro da casa no momento da morte.
- Os primeiros indícios apontam
para um ataque cardíaco - disse a fonte do Judiciário uruguaio.
Na última sexta-feira, o
jornalista uruguaio Marcelo Gallardo, do "El País", conversou por
telefone com o secretário, mas não notou nada estranho.
- Ele estava um pouco cansado,
apenas isso. Não falamos sobre a Lava Jato, minha consulta era sobre outro
assunto - afirmou Gallardo.
Segundo ele, "o cargo de Díaz
era estressante, embora ele não estivesse encarregado das investigações, ele
recolhia informações e as colocava à disposição da Justiça".
- Tudo parece indicar que foi uma
morte natural, mas sendo quem ele era é claro que existem suspeitas - assegurou
Gallardo.
De acordo com informações
divulgadas por meios de Punta del Este, o funcionário foi encontrado morto na
piscina de sua casa de veraneio. A autópsia do corpo está sendo realizada pelo
Instituto Técnico Forense (ITF) e seu resultado deverá ser revelado nas
próximas horas. Segundo o programa de TV local "Telenoche", o
funcionário tinha antecedentes cardíacos.
A partir de 2010, Díaz e sua equipe
participaram de importantes investigações sobre lavagem de dinheiro no Uruguai.
Uma delas estava relacionada aos chamados Panamá Papers, revelados no ano
passado. O funcionário sempre defendeu publicamente um maior controle estatal
sobre as imobiliárias que operam no país, há décadas suspeitas de envolvimento
em operações de lavagem.
Até agora, autoridades brasileiras
não se comunicaram com o juiz encarregado do caso, no departamento (estado) de
Maldonado.
Agência Globo
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