Alejandro
Toledo, em imagem de arquivo
(Foto:
Silvia Izquierdo/AP)
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A promotoria peruana afirmou nesta
terça-feira (7) que pediu a um tribunal a prisão por 18 meses do ex-presidente
Alejandro Toledo, acusado de receber subornos milionários da construtora
brasileira Odebrecht.
O pedido de prisão preventiva de
Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006, será avaliado pelo juiz Richard
Concepción, disse o Poder Judiciário em sua conta no Twitter. O pedido deve ser
avaliado em um prazo máximo de 48 horas por um juiz que, se aceitar o pedido,
expede a ordem de captura do ex-presidente, que atualmente está no exterior.
Toledo, que governou o Peru entre
2001-2006, responde como cidadão comum, pois sua imunidade parlamentar como
ex-presidente venceu cinco anos após ter deixado o cargo.
A Justiça investiga Toledo por
lavagem de dinheiro e tráfico e influência. Apoiada em um testemunho do
ex-gerente da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, sua empresa pagou US$ 20 milhões
como propina ao governo de Toledo para realizar a construção da estrada
interoceânica que liga o Peru ao Brasil.
Nos documentos do Ministério
Público divulgados pela imprensa peruana, Barata conta que o intermediário foi
o então chefe de segurança de Toledo, o israelense Avraham Dan On.
Ele assegura que o dinheiro foi
depositado nas contas do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo do
ex-presidente e que chegou a ser citado na lista da revista Forbes.
Suborno na América Latina
A Odebrecht carrega uma dívida
cada vez maior desde que seu envolvimento nos crimes apurados na operação Lava
Jato veio à tona. Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de
suborno na América Latina.
A Odebrecht admitiu o pagamento de
US$ 29 milhões a funcionários peruanos em troca de contratos para obras no país
entre os anos de 2005 e 2014, segundo documentos do Departamento de Justiça dos
Estados Unidos (DoJ).
No período, a construtora
participou de mais de 40 projetos no Peru, que envolveram cerca de US$ 12
bilhões em gastos públicos durante os governos de presidentes: Alejandro
Toledo, Alan García e Ollanta Humala.
No relatório de administração da
Odebrecht de 2016-2016, a empresa cita entre seus principais negócios obras dos
projetos de Irrigação Olmos e Chavimochic, da Central Hidrelétrica Chaglla, da
Vía de Evitamiento de Cusco e do Porto Matarani. A empresa também administra
concessões de rodovias no Peru.
Depois dos brasileiros, os
peruanos compõem a maior parte do quadro de trabalhadores da empresa. Dos 128
mil funcionários da empresa no grupo, cerca de 10 mil são peruanos.
Propina em 12 países
Em acordo de leniência firmado com
o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da
Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e
2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo,
representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros
11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional
na história".
A construtora brasileira pagou
propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina,
Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique,
Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA. Na
Colômbia, a empresa admitiu ter pago mais de US$ 11 milhões em propina entre
2009 e 2014.
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