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O empresário Eike Batista, antes
de ser preso, na semana passada, acusado de pagar propina ao ex-governador do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse, em entrevista à Rede Globo, que era dono
de uma mina de ouro na Colômbia. "É a maior mina de ouro da Colômbia. Cem
por cento minha", disse Eike.
Na La Bodega, nome da mina, nada
de ouro e prata, mas, sim, muita polêmica. A equipe do Fantástico foi à
Califónia, no país colombiano. Um vilarejo localizado no Nordeste com 1.800
habitantes. Segundo a reportagem, há mais de 20 anos que não há produção de
ouro na região.
"Nem um grama", garantiu
Fredy Gamboa, presidente do Sindicato dos Mineiros da região. Ele ainda
ressaltou que as empresas que chegaram lá "nunca saíram da fase de prospecção".
As oportunidades de ouro na região
eram grandes. A primeira empresa que chegou encontrou boas possibilidades de
investimento e expansão da riqueza mineral, o que chamou a atenção de
mineradoras multinacionais. Em 2011, foi a vez de Eike. O empresário comprou a
La Bodega, que pertencia a um grupo canadense, por quase R$ 1,4 bilhão.
Um geólogo colombiano negou a
afirmação de Eike sobre a mina ser a maior do país. "É uma mina com grande
potencial, mas não é a maior. É boa, mas hoje não é a maior", disse. Na
época da compra, foi feito um vídeo institucional, que prometia um mega
desenvolvimento na região.
"Nesse projeto, entramos com
mão de obra barata. As melhores vagas nunca foram para pessoas do município.
Fomos postos de lado e a empresa não fez nada para a infraestrutura do
município. O senhor Batista não deixou nenhuma obra aqui", desabafou Rosa
Mira Mendoza, líder comunitária, acrescentando que ficou feliz em saber que
Eike tenha falido.
Aquisição
Um doleiro ouvido na investigação
revelou que a compra da La Bodega foi utilizada como justificativa para pagar
uma propina de R$ 55 milhões para Cabral. Para repassar o dinheiro, contou o
doleiro, Eike elaborou um contrato fictício simulando que o profissional
ganhava comissão para viabilizar o pagamento ilícito.
Atualmente, a mina de ouro não
pertence mais à OAX, empresa que integrava o "Império X". Foi vendida
a um novo fundo de investimentos de Abu Dhabi por um valor irrisório, já que a
companhia de Batista devia milhões aos financistas árabes.
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