Lenín Moreno
(esq.) e Guillermo Lasso disputam votos no 1º turno
das eleições no Equador (Foto: Mariana Bazo e
Henry Romero/Reuters)
|
Moreno teve 39,3% dos votos
válidos contra 28,1% de Lasso na votação de domingo (19). Segundo turno será em
2 de abril.
O Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) do Equador confirmou, nesta quarta-feira (22), que o candidato da
situação, Lenín Moreno, e o opositor de direita, Guillermo Lasso, disputarão o
segundo turno, após os resultados registrados nas eleições do último domingo
(19).
"Com os resultados obtidos de
99,5% das atas apuradas por parte das juntas eleitorais provinciais posso
informar ao país que, no próximo domingo 2 de abril de 2017, será realizado o
segundo turno eleitoral", anunciou o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo,
por rádio e televisão.
Moreno, ex-vice-presidente
(2007-2013) no governo do socialista Rafael Correa, aparece com 39,3% dos votos
válidos contra 28,1% de Lasso, um ex-banqueiro conservador.
Para ganhar no primeiro turno, a
lei estabelece que se deve conseguir 40% dos votos e superar em pelo menos dez
pontos o segundo colocado.
"Determinei que as áreas
técnicas do Conselho Nacional Eleitoral iniciem o desenvolvimento e o
planejamento operacional para o desenvolvimento normal das eleições do segundo
turno", completou Juan Pablo Pozo.
O anúncio do chefe do CNE colocou
um ponto final na situação de tensa pela reivindicação dos correligionários de
Lasso, que fizeram uma "vigília" nas imediações da sede do Conselho,
em Quito, para exigir o segundo turno, de acordo com a Efe. A notícia foi
recebida com aplausos, de acordo com o jornal "El Comercio".
Na terça-feira, o chefe já tinha
indicado que era impossível uma mudança na tendência que mostrava a apuração
dos votos.
Antes mesmo da oficialização da
necessidade de um segundo turno, o presidente Rafael Correa declarou acreditar
que Moreno vai sucedê-lo.
"Ficamos a meio ponto de
ganhar num turno só", disse Correa a jornalistas estrangeiros no palácio
presidencial de Quito. "Tudo indica que venceremos no segundo turno. Na
verdade, em todos os cenários o candidato mais fácil de derrotar é Guillermo
Lasso", disse, segundo o jornal "El Comercio".
Em oposição ao otimismo do atual
presidente equatoriano, analistas advertem há semanas que um 2º turno
complicaria muito o panorama do correísmo, desgastado devido, sobretudo, à
delicada situação econômica por conta da queda nos preços do petróleo e das
crescentes denúncias de corrupção que assombraram a campanha.
No 2º turno, a oposição, encarnada
por partidos de direita e descontentes com o correísmo, poderia se unir, embora
tenha chegado a essas eleições completamente dividida.
Modelos opostos
As eleições colocam em disputa
dois modelos opostos. O de Moreno, ex-vice-presidente de Rafael Correa entre
2007 e 2013, que representa o continuísmo com um sistema que combina um elevado
gasto social com altos impostos e grande endividamento. Já o modelo de Lasso
pretende incentivar o investimento estrangeiro e reduzir os impostos para
estimular o consumo e a produção nacional.
Por France Presse
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!