O doleiro
Adir Assad seria o gestor da tesouraria
ilegal da
empreiteira. Divulgação
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Executivos afirmaram em delações
recentes que a empreiteira possuía uma tesouraria administrada pelo doleiro
Adir Assad
A Odebrecht não era a única
empreiteira a ter um departamento inteiro reservado apenas para a administração
de propinas e caixa dois. Segundo apuração do jornal Folha de S.Paulo,
ex-executivos da gigante Andrade Gutierrez afirmaram, em delações recentes à
Operação Lava Jato, que a empresa também apresentava uma tesouraria com os
objetivos escusos, administrada pelo doleiro Adir Assad, preso desde agosto de
2016 e também citado nas delações da Operação Calicute – que resultou na prisão
do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Segundo os ex-funcionários, todo o
dinheiro gerenciado nessa área da empresa, em espécie, contava
com contratos falsos com empresas de fachada do doleiro. O Ministério
Público Federal do Rio de Janeiro, após investigações, chegou à conclusão de
que os cofres ilícitos da Andrade Gutierrez chegaram a somar mais de 176
milhões de reais, adquiridos por recibos falsos. Acredita-se que pelo menos
essa quantidade de dinheiro vivo tenha circulado na tesouraria ilegítima da
empresa.
Um dos funcionários envolvidos na
investigação afirmou em sua delação que, antes das negociações serem feitas, a
Andrade Gutierrez entrava em contato com o departamento para
solicitar o dinheiro a ser repassado para os agentes públicos – casos que
envolvem o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), estádios da Copa
de 2014 e a Ferrovia Norte-Sul. Há também a suspeita de que algumas obras do
Estado de São Paulo, como a construção de linhas do Metrô e o Rodoanel, também
tenham recebido parte desta quantia na construção. Os delatores devem ser
chamados novamente pelos procuradores para um segundo relato, a fim de
confirmar essas informações.
Odebrecht
Em dezembro do ano passado,
executivos da empreiteira baiana assinaram acordos de delação premiada para a
divulgação de informações detalhadas a respeito do “setor de operações
estruturadas”, o tal departamento de administração de propinas. No total, foram
mais de 2,6 bilhões de reais pagos em caixa dois em doze países, além do
Brasil.
A Andrade Gutierrez
A assessoria da empresa não
se manifestou sobre as recentes delações que incluíam os detalhes do esquema de
repasse de dinheiro. Os advogados do doleiro Adir Assad afirmam que essas
acusações já haviam sido expostas na ação penal em trâmite na Justiça do Rio de
Janeiro e, portanto, não haveria nada a ser comentado.
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