O
senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) - Jorge William
Agência O
Globo / 25-5-2016
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Num posicionamento inusitado, o
líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse nesta terça-feira que o
presidente Michel Temer tem que "balizar" esse momento de crise
institucional e que em certas situações os governantes podem fazer um "gesto
maior" de abrir mão de seu mandato. Caiado disse que não se deve ter medo
da antecipação da eleição presidencial = proposta oficializada hoje pelo PT.
— Podemos chegar ao último fato,
que é, para preservar a democracia, ter um gesto maior de poder mostrar que
ninguém governa sem apoio popular. E nessa hora não podemos ter medo de uma
antecipação do processo eleitoral — disse Caiado.
Perguntado se estava defendendo a
renúncia de Temer, Caiado disse que o presidente saberá avaliar a situação.
— Ele saberá balizar esse momento.
Mas ele deve ter a sensibilidade que não teve a presidente Dilma. Não é
provocar as ruas, insistir numa tese que não vai sobreviver. Ele precisa ter
noção daquilo que está sendo feito pelo governo e como está sendo aceito pela
população.
— A situação que herdamos do PT
não tem tratamento que não seja amargo e doloroso. Mas, para isso, a pessoa tem
que ter condição de dizer isso à sociedade. Não é renúncia de ordem pessoal, é
um gesto maior, essa situação já vimos no governo anterior — disse Caiado.
Ele disse que estava fazendo uma
análise global.
— Essa gravidade nos impõe gestos
de coragem e de humildade. Primeiro, porque todo cidadão tem que entender que
mandato político não é direito de propriedade. E você deve estar sempre
disposto a abrir mão da condição do seu mandato para poder ser auferido pela
sociedade brasileira se quer reconduzi-lo. Existem momentos onde você é
obrigado a ter de gestos maiores para não colocar em risco a democracia
brasileira e nem a ordem — disse Caiado.
O líder do DEM disse que a Justiça
precisa ser "célere" para dar respostas sobre as investigações da
Lava-Jato.
— Precisamos dar mais celeridade à
essa situação. O Brasil não pode ficar vivendo essa situação de soluço. Temos
que ver se o Congresso tem condições de legislar, ver se o governo tem
condições de governar, e, a partir daí, chegar a uma conclusão. Agora, viver
nessa crise espasmódica, de soluço, precisamos ter uma fase mais propositiva.
Temos que tomar uma decisão que preserve a democracia. Essa situação de soluço
vai enfraquecendo o governo — disse Caiado.
O líder do DEM falou várias vezes
em "gesto maior":
— O risco é caminhar para um
processo de desobediência civil. O risco é parecer que as pessoas que legislam
e governam não têm credibilidade junto à população. Isso é o mais grave.
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