O presidente
do Senado Federal, Renan Calheiros, durante sessão
do Congresso Nacional para análise e votação
de vetos presidenciais
(Antonio
Augusto/Câmara dos Deputados)
|
Peemedebista também chamou de
"juizeco" o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, responsável
pela operação que prendeu quatro policiais do Senado
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), acusou a Polícia Federal de ter se valido de “métodos
fascistas” nunca adotados sequer na “ditadura” na Operação Métis, que levou à prisão, na sexta-feira, quatro
policiais legislativos da Casa.
O peemedebista anunciou que a
Advocacia do Senado vai entrar até esta terça-feira no Supremo Tribunal Federal
(STF) com uma ação para defender as prerrogativas de atuação da Polícia
Legislativa, chamou o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de “chefete de
polícia” e ainda classificou o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável
pela operação, de “juizeco” por decretar uma ordem contra o Senado.
“Tenho ódio e nojo a métodos
fascistas. Como presidente do Senado, cabe a mim repeli-los”, disse Renan, numa
rara entrevista coletiva em seu gabinete, que foi acompanhada por policiais
legislativos. Renan voltou a criticar Moraes, assim como fez no dia da operação,
quando disse que ele havia extrapolado das suas funções quando falou sobre a ação que deteve os
policiais legislativos. “É lamentável que isso aconteça, um espetáculo
inusitado, que nem a ditadura fez, com a participação do ministro do governo,
que não tem se portado como um ministro de Estado, no máximo como um ministro
circunstancial de governo, chefete de polícia”, reclamou.
O presidente do Senado, contudo,
disse que não sugeriu a demissão de Alexandre Moraes ao presidente Michel
Temer. Os dois conversaram após a operação ter sido deflagrada. “Não cabe ao
presidente do Congresso tratar de substituição ou destituição de ministro, mas
lamento que ele tenha se comportado dessa forma, falando mais do que devia,
dando bom dia a cavalo”, disse Renan.
O peemedebista esquivou-se de
responder se vai manter no cargo o diretor de Polícia Legislativa da Casa,
Pedro Ricardo Araújo Carvalho, preso na Operação Métis sob a acusação de
liderar o suposto esquema de tentativa de embaraçar a Operação Lava Jato.
O diretor estava no cargo havia 11 anos e teve contra si decretado o
afastamento das funções públicas por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília,
onde despacha Vallisney. “A decisão não é minha, é de quem o prendeu”,
disse Renan, sobre se Pedro Carvalho vai permanecer no cargo.
(com Estadão Conteúdo)
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