Homem
olhando rampa que leva ao Muro das Lamentações,
em Jerusalém
(Reuters)
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Renzi pediu que chanceler do país
dê esclarecimentos
O primeiro-ministro da Itália,
Matteo Renzi, criticou nesta sexta-feira (21) a resolução aprovada pela Unesco
que irritou Israel e definiu o caso como "alucinante e errado".
"Acho a decisão da Unesco incompreensível e errada. Não se pode continuar com
estas moções, na ONU ou na Unesco, para atacar Israel. É alucinante. Pedi [ao
gabinete italiano] que parem com estas posições. Se for preciso romper com a
unidade europeia, que se rompa", disse o premier italiano, em entrevista à
rádio RTL.
Há uma semana, a Organização das
Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) aprovou formamente uma
resolução sobre Jerusalém Oriental promovida por países árabes em nome da
proteção do patrimônio cultural palestino.
O texto considera ilegal a
anexação de Jerusalém Oriental por Israel, que ocupa a cidade e suas muralhas
desde 1967. É ali, neste local inscrito na lista de patrimônio mundial da
Unesco, que fica a Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar mais sagrado do
Islã, mas que é também o local mais importante para os judeus, que o chamam de
Monte do Templo.
Para o governo israelense, a
resolução nega o elo judeu com o Monte do Templo e critica as autoridades por
restringir o acesso de muçulmanos ao local. Ofendido com a medida da Unesco,
Israel anunciou no dia seguinte à votação a suspensão das relações com o
organismo da ONU.
O texto foi apresentado pelos
palestinos com o apoio do Egito, Argélia, Marrocos, Líbano, Omã, Qatar e Sudão,
e foi aprovado com voto contrário dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido,
Lituânia, Estônia e Holanda. O representante italiano na Unesco se absteve.
A diretora-geral da Unesco, Irina
Bokova, defendeu a resolução e disse que o patrimônio de Jerusalém é
"indivisível" e "toda comunidade tem o direito ao explícito
reconhecimento da sua história e da sua ligação com a cidade".
"Negar, esconder ou querer
cancelar qualquer tradição, seja ela judaica, cristã ou muçulmana, significa
colocar em perigo a integridade do lugar, vai contra os motivos que justificam
a sua inscrição na lista de patrimônio mundial", ressaltou Bokova.
Na mesma entrevista desta
sexta-feira, Renzi também comentou as negociações entre a Itália e a União
Europeia sobre a manobra financeira que o país pretende usar no próximo
orçamento para ter mais flexibilidade de investimento.
De acordo com o premier, a manobra
não será mudada, mesmo que a UE peça novas diretrizes.
"A substância da manobra não
muda. Ela dá 2 bilhões de euros a mais à saúde, isto não é nem de direita, nem
de esquerda, é uma medida concreta e não será mudada por nada", disse
Renzi.
"A UE terá observações a
fazer, e nós escutaremos, mas esta manobra tem o déficit mais baixo dos últimos
10 anos. Estamos nos esforçando e queremos dar um sinal verdadeiro para os
cidadãos, e não para a tecnocracia de Bruxelas", criticou.
Ansa
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