O presidente
venezuelano Nicolás Maduro fala a apoiadores
em Caracas,
na quinta (20)
(Foto: Yoset
Montes/Presidencia Venezuela/AFP)
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Governadores alegaram fraude em
coleta para referendo contra Maduro. Oposição precisa de 4 milhões de
assinaturas para conseguir revogatório.
A justiça venezuelana anulou a
coleta de assinaturas da primeira etapa de solicitação do referendo revogatório
contra o presidente Nicolás Maduro em três estados, anunciaram seus
governadores nesta quinta-feira (20), uma medida repudiada pelo líder opositor
Henrique Capriles.
Os governadores chavistas Tarek El
Aissami (Aragua) e Francisco Ameliach (Carabobo) anunciaram no Twitter que os
tribunais penais de seus estados deixaram "sem efeito" por
"fraude" o recolhimento das assinaturas de 1% do colégio eleitoral,
feito há quatro meses pela oposição para realizar o referendo.
Pouco depois o governador de
Bolívar, o também governista Francisco Rangel, informou sobre a mesma decisão
para sua região.
"Nenhum tribunal anunciado
por alguns 'chegados' (amigos do governo) pode parar processo eleitoral do
Povo!", escreveu Capriles, governador do estado e Miranda (centro), no
Twitter.
As sentenças ainda não foram
divulgadas oficialmente, ignorando se paralisarão o processo de referendo que
deve continuar na próxima semana. A Mesa da Unidade Democrática (MUD) necessita
do recolhimento de quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral) para
que o poder eleitoral convoque o revogatório.
Entretanto, o Conselho Nacional
Eleitoral (CNE) advertiu que o incumprimento de 1% do padrão eleitoral em ao
menos um dos 24 estados invalidaria o processo. Até agora o organismo não se
pronunciou sobre as decisões judiciais.
"Dizemos e ratificamos, a
FRAUDE da MUD não irá ficar impune. A justiça, a paz e a verdade nos
auxiliam", escreveu El Aissami.
Mais cedo, Carlos Ocariz,
coordenador de campanha da MUD para o referendo, disse saber de rumores sobre
uma decisão para anular o processo, mas os desconsiderou.
O governo interpôs 8.600 ações
legais contra o recolhimento de 1% acrescentando que a MUD incluiu assinaturas
de falecidos, menores de idade e condenados.
O constitucionalista Juan Manuel
Rafalli comentou que essas decisões poderiam obrigar a repetir o recolhimento,
apesar de afirmar que "é muito difícil que um tribunal com competência
penal afete um processo eleitoral de caráter nacional".
"Teria que esperar a sentença
ser conhecida e ver como o CNE irá atuar. Um tribunal penal deveria ditar
medidas contra os agentes de crime, mas não contra um processo", explicou
à AFP.
Maduro estava disposto a realizar
uma viagem pelos países petroleiros, antes de liderar um ato público nos
arredores de Caracas, ainda sem se pronunciar sobre as decisões.
Da France Presse
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