(Rodolfo
Buhrer/Reuters)
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Ministro Luiz Fux disse que novas
provas contra Dirceu, incluindo uma mala de dinheiro de Carlinhos Cachoeira,
devem ser apuradas
O ministro Luiz Fux, do Supremo
Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira a continuidade de
investigações contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, suspeito de
integrar um esquema de distribuição de propina na prefeitura de Santo André
(SP). As apurações contra o petista estavam suspensas há dez anos por conta de
uma liminar do ministro aposentado Eros Grau.
Dirceu, que foi condenado a mais
de 20 anos de prisão na Operação Lava Jato e recentemente virou réu em outra
ação penal do petrolão, havia recorrido ao STF questionando a investigação do
Ministério Público do Estado de São Paulo sobre o esquema de propina na gestão
de Celso Daniel à frente da prefeitura de Santo André. A defesa de Dirceu
alegava que as apurações sobre o caso se baseavam em um depoimento de João Francisco
Daniel, irmão de Celso Daniel, que já havia sido invalidado pelo ministro
aposentado Nelson Jobim. Por isso, afirmavam os advogados, essa prova não
poderia fundamentar a abertura de novo procedimento pelo MP de São Paulo, como
teria sido feito.
No depoimento, o irmão do prefeito
afirmou que empresas contratadas pela administração municipal desviaram
recursos para campanhas do PT e que Dirceu era o responsável por centralizar a
arrecadação vinda de todas as prefeituras do partido.
Ao autorizar a continuidade das
investigações, o ministro Luiz Fux considerou que surgiram novas provas em 2006
e que, por isso, o depoimento de João Francisco não é o único elemento a
embasar o caso. Os novos indícios recolhidos pelo MP incluem um flagrante de
Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, recebendo uma mala de dinheiro do
contraventor Carlinhos Cachoeira. "Revela-se necessário apurar se tal fato
tem correspondência com a afirmação de João Francisco Daniel no sentido de que
Gilberto Carvalho retirava malas de dinheiro oriundo dos delitos praticados
pela quadrilha denunciada em Santo André (SP) e as entregava no escritório de
José Dirceu em São Paulo", afirmou Fux.
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