Otávio
Marques de Azevedo durante depoimento no auditório
da Justiça
Federal, em Curitiba (PR)(Vagner Rosário/VEJA.com)
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Juiz Federal responsável pelos
processos da Lava Jato em Curitiba suspendeu o processo em fevereiro, quando os
executivos da empreiteira haviam assinado acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal
O juiz federal Sergio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, reabriu nesta
terça-feira a ação penal que tem no banco dos réus executivos da Andrade
Gutierrez. No início de fevereiro, quando os membros da empreiteira assinaram
acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Moro
havia suspendido o processo, que está na fase de alegações finais.
Ainda que não tenha recebido na
íntegra os depoimentos das delações, mas apenas algumas cópias enviadas pelo
Supremo Tribunal Federal (STF), Moro decidiu retomar a ação e quer interrogar
cinco réus que firmaram acordos de colaboração com o Ministério Público
Federal, homologados pelo STF em abril.
Os ex-executivos da empreiteira
Antônio Pedro Campelo de Souza, Elton Negrão e Flávio Machado deverão falar ao
juiz federal no dia 25 de julho, enquanto o ex-presidente da holding Andrade
Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e o ex-executivo Paulo Dalmazzo serão
ouvidos por Sergio Moro no dia 28 de julho. "Quanto aos demais acusados,
faculto a possibilidade de serem também reinterrogados se assim o requererem
com antecedência de 10 dias das audiências", escreveu Moro.
Conforme VEJA revelou em março,
Azevedo contou em sua delação premiada que a propina era a regra em qualquer
setor nos governos petistas, e não apenas na Petrobras. Nos depoimentos
prestados pelo empreiteiro aos investigadores da PGR foram descritas transações
associadas ao nome de alguns dos políticos mais influentes do país. Estão
envolvidos ex-ministros, ex-governadores e parlamentares.
No governo Lula, segundo ele, cobrava-se
propina de 1% a 5% das empreiteiras interessadas em participar dos consórcios
que executavam as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O
negociador do pacote de corrupção, de acordo com o empreiteiro, era o
ex-ministro Ricardo Berzoini.
Por propinas em obras de estádios
da Copa do Mundo, Azevedo incluiu em seu acordo cinco ex-governadores de
Estados que sediaram o Mundial: José Roberto Arruda (então no DEM) e Agnelo
Queiroz (PT), responsáveis pelas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha, em
Brasília, Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, Eduardo Braga
(PMDB), ex-governador do Amazonas, e Omar Aziz (PSD), hoje senador.
Veja.com
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