O deputado
Beto Mansur (PRB-SP), atual primeiro secretário
da Câmara(Divulgação/Agência
Brasil)
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Técnicos já iniciaram nesta semana
as escavações para fazer o reconhecimento do terreno que abrigará o novo prédio
de três andares
Diante da falta de interesse de
empresas para uma Parceria Público-Privada, a Câmara dos Deputados decidiu
abandonar a proposta que ficou conhecida como "Parlashopping". Menina
dos olhos do deputado e presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o
antigo projeto deve ser trocado por um anexo mais simples. A Mesa Diretora
decidiu gastar 320 milhões de reais em um prédio que vai abrigar apenas
gabinetes e expandir a antiga estrutura da Câmara. A expectativa é de que a
obra fique pronta entre três e quatro anos.
Os técnicos iniciaram nesta semana
as escavações para fazer o reconhecimento do terreno - hoje um estacionamento -
que vai abrigar o prédio de três pavimentos acima do solo, um pavimento
inferior e seis subsolos (entre eles cinco andares de garagens). O anexo 4B
terá 122 gabinetes, um auditório com capacidade para 665 pessoas, café, salas
de reunião, restaurante, lanchonete e terraço-jardim. A ideia de abrir espaço
para lojas foi suspensa temporariamente, a menos que haja futuramente interesse
da iniciativa privada. Não está descartada uma concessão para administração da
garagem.
Os recursos da obra vieram da
venda da folha de pagamento dos servidores em 2007 para o Banco do Brasil,
período da gestão do petista Arlindo Chinaglia (SP), quando foram arrecadados
200 milhões de reais. O dinheiro foi transferido para o Tesouro e estima-se que
hoje a Casa disponha de 400 milhões de reais. A Câmara pretende vender
novamente a folha para angariar mais recursos.
Crise - Cotado
para disputar a presidência da Casa se Cunha for cassado, o atual
primeiro-secretário, deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse que há pelo menos 30
anos se discute a ampliação da Câmara e que não vê problemas em se iniciar as
obras no momento em que o país enfrenta uma grave crise econômica. "Não
vamos ficar buscando dinheiro que não seja da Câmara, não vamos pegar dinheiro
de áreas sociais", afirmou.
Os técnicos da Câmara reconhecem
que o "Parlashopping" foi inviabilizado porque só duas empresas
apresentaram interesse em assumir a obra. A Mesa Diretora entendeu que a PPP
não era oportuna devido às críticas e a controvérsia do ponto de vista
arquitetônico. "A parceria acabou não se viabilizando neste projeto",
lamentou Mansur.
O principal argumento para a
construção de um novo espaço é que a estrutura da Câmara já não comporta mais o
fluxo de 22.000 pessoas, chegando em dias de pico a ter 30.000 pessoas
circulando pela Casa. Na década de 80 foi construído o anexo 4, para abrigar
432 deputados e hoje a Câmara tem 513 parlamentares. De lá para cá também aumentou
o número de partidos e comissões permanentes. Mansur alega que não há mais como
protelar o início da construção. Em 50 dias os trabalhos de sondagem do terreno
devem ser encerrados e na sequência será realizada uma audiência pública e a
publicação do edital de licitação para as obras, que devem começar ainda neste
ano.
(Com Estadão Conteúdo)
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