Para o oposicionista Ronaldo
Caiado, caso arrasta Planalto diretamente para a Lava Jato: 'Acabou o governo'
Autores de mandado de segurança no
Supremo Tribunal Federal para garantir que o Senado promovesse uma votação
aberta sobre a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), os oposicionistas
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) avaliaram que o governo
Dilma Rousseff não conseguirá mais se reequilibrar diante do agravamento da
crise política.
"A agenda proposta pelo
governo ao Legislativo está em risco. Não tem mais ambiente nem clima para
votação de tema importante no Senado e nem na Câmara, pelos notórios
acontecimentos do que ocorre lá", disse Randolfe, em referência ao
processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem apoio do
governo. "A denúncia é de uma gravidade absurda, lamentável e me assustei
com isso porque não é o perfil de quem nós conhecemos. Em especial vindo do
senador Delcídio, nos surpreendeu. Mas diante de fatos não cabe a nós relações
pessoais e corporativismos."
O senador Ronaldo Caiado foi ainda
mais contundente. Para ele, a prisão de Delcídio arrastou o governo Dilma
Rousseff para a Lava Jato. "Acho que acabou o governo Dilma. Não existe
mais o governo do PT. Como eles vão aprovar um ajuste fiscal? Que condição de
credibilidade terão eles para apresentaram aqui, com tantas denúncias chegando
no líder do governo, que fez parte da articulação de todos esses projetos.
Depois da nota do PT dizendo que não terá solidariedade com ele, como se ele
tivesse caído de paraquedas na liderança", disse Caiado. Acho que teríamos
de colocar os cargos à disposição e convocar novas eleições. Todos nós, Senado,
Câmara e Presidência da República.
O democrata sugeriu que Delcídio
estivesse agindo em defesa de outros investigados ao tentar negociar o silêncio
do delator e ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, já condenado na Lava Jato.
"Não acho que está reunião do senador Delcídio tenha sido para tratar
exclusivamente de assunto pessoal dele, porque outros já foram citados e nem
todos foram buscar uma situação para que o cidadão que fez a delação tivesse
uma fuga ou a manutenção de sua família com uma mesada. Isso tem uma finalidade
maior. Acredito que isso virá à tona."
Constrangido, o líder do PT no
Senado, Humberto Costa (PE), tentou justificar a posição da bancada petista,
que defendeu a votação secreta e, em seguida, votou em peso pela libertação de
Delcídio. "As denúncias são graves e contundentes, mas entendemos que
nesse momento era a preservação da independência e da autonomia entre os três
poderes. Discutimos a autonomia e a inviolabilidade do mantado parlamentar, não
a decisão do Supremo do ponto de vista do mérito. Não queremos questionar a
interpretação do Supremo, mas achamos que há pelo menos dúvida no que diz
respeito ao fato de ter havido um flagrante ou não", disse.
Costa também procurou uma maneira
de isolar os atos de Delcídio e a repercussão negativa que gerou ao governo
Dilma em meio à crise política e econômica: "Nada do que consta como
denúncias tem qualquer coisa a ver com o governo. O governo em nenhum momento
patrocinou qualquer coisa pudesse significar uma ilegalidade. Nem o governo nem
nós aqui respaldamos o que está dito nestas denúncias. Nem o governo, nem o partido,
nem a bancada patrocinou qualquer ato errado de quem quer que seja".
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!