Manifestante com o cartaz Eu Sou Nisman
durante
protesto realizado na Praça de Maio, em
Buenos Aires,
na noite desta segunda-feira (19)
(Foto: Rodrigo Abd/AP Photo)
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Ele havia
denunciado o governo por suposto encobrimento de terroristas.
A presidente da
Argentina, Cristina Kirchner, usou seu perfil no Twitter nesta quinta-feira
(22) para falar sobre a morte do promotor Alberto Nisman e divulgar uma carta
publicada em seu blog. No texto, ela afirma que está "convencida" de
que a morte do promotor "não foi um suicídio". Em sua primeira carta
sobre o assunto, ela cogitava a possibilidade de que o promotor havia se
matado.
"Por que
alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma
excelente qualidade de vida?", assinalou no novo texto a presidente, que
continua sem aparecer em público.
Nisman foi
encontrado morto em sua casa, em circunstâncias ainda desconhecidas, na noite
de domingo (18), com um tiro na têmpora, poucos dias depois de ter denunciado a
presidente, Cristina Kirchner, e vários de seus colaboradores por uma suposta
tentativa de acobertar terroristas iranianos, que teriam sido responsáveis pelo
ataque contra a associação israelita Amia, em 1994, em que 85 pessoas morreram.
Nisman deveria
apresentar na segunda-feira a deputados sua denúncia e supostas provas contra a
presidente e o chanceler argentino, Héctor Timerman. "Usaram ele enquanto
estava vivo e depois precisavam dele morto. É assim triste e terrível",
disse Cristina na carta.
Tweet da presidente argentina sobre o caso Nisman
(Foto: Reprodução/Twitter Cristina Kirchner)
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A presidente
também diz que dados falsos foram passados para o promotor fazer a denúncia e
cita reportagens de jornais que disseram que a acusação feita por Nisman,
aberta ao público após sua morte, não prova as ligações do governo para
acobertar terroristas (leia a íntegra da carta, em espanhol)
Kirchner diz
ainda que é "oportuno que se ordenem processos e investigações o mais rápido
possível" sobre os policiais federais que protegiam Nisman.
"A
denúncia do promotor Nisman nunca foi por si só a verdadeira operação contra o
governo. Ela cai pouco depois de começar a andar. Nisman não sabia e
provavelmente nunca soube. A verdadeira operação contra o governo era a morte
do promotor depois de acusar a presidente, seu chanceler e o secretário geral
do La Cámpora [organização kirchnerista] de terem encoberto iranianos acusados
pelo atentado terrorista da Amia", escreveu a presidente.
Secretário
O secretário de
Segurança da Argentina, Sergio Berni, foi denunciado na Justiça para que se
investigue sua presença na residência onde Nisman foi encontrado morto, antes
da chegada da procuradora e do juiz responsável pelo caso, informaram nesta quarta-feira
(21) à Agência Efe fontes da denúncia.
O procurador
argentino Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner de
acobertar o envolvimento de terroristas iranianos em atentado a centro judaico
em 1994.
O líder
peronista Juan Ricardo Moussa acionou Berni na Justiça por supostamente ter
cometido o crime de "descumprimento dos deveres de funcionário
público" e "acobertamento de homicídio", segundo o texto da
denúncia.
Moussa acusou
Berni e os policiais encarregados da segurança de Nisman de
"cumplicidade" para proteger a presidente, já que o promotor guardava
parte das provas que fundamentam a denúncia contra Cristina em sua casa.
"Há graves irregularidades por parte da Polícia Federal argentina no caso
do Dr. Nisman. Quem é Berni para dar competência a um crime, quem é Berni para
entrar na cena do crime e não denunciar à Justiça", questionou Moussa na
denúncia.
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