Manifestantes na frente do prédio da Amia na
Argentina pedem justiça no caso da morte
do promotor Alberto Nisman, morto no domingo (18)
(Foto: Marcos Brindicci/Reuters)
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Ato se
concentrou na sede da Amia, local onde ocorreu atentado em 1994.
Centenas de
pessoas se concentraram nesta quarta-feira (21) em Buenos Aires, convocadas
pela comunidade judaica, para pedir verdade e justiça após a morte do promotor
Alberto Nisman, além de exigir que não haja impedimentos para a investigação do
atentado cometido contra a associação israelita Amia, que deixou 85 mortos em
1994.
Na
manifestação, realizada em frente à sede da Associação Mutual Israelita
Argentina (Amia), foram reforçadas as exigências para que se dissipem as
dúvidas em torno da morte do promotor, que, na semana passada, denunciou a
presidente Cristina Kirchner e vários de seus colaboradores por uma suposta
tentativa de acobertamento dos iranianos suspeitos pelo atentado.
Os
manifestantes exibiram cartazes com a fotografia do promotor e com os dizeres
'Todos somos Nisman' e 'Justiça'. Além disso, interromperam os dirigentes da
comunidade judaica que discursaram no ato com gritos contra Cristina Kirchner e
contra o chanceler, Héctor Timerman, também denunciado pelo promotor.
'Decidimos ser
prudentes', ressaltou em seu discurso o presidente da Amia, Leonardo Jmlenitsky,
em referência à denúncia apresentada por Nisman antes de morrer, e considerou
que a Justiça argentina é quem deve se posicionar sobre o processo.
Jmlenitsky
exigiu que 'todos os poderes redobrem seus esforços para esclarecer' o atentado
à Amia, que no dia 18 de julho de 1994 deixou 85 mortos, e a morte de Alberto
Nisman.
Mais enfático
em seu discurso, o presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas
(Daia), Julio Schlosser, questionou a atuação do governo argentino após a
denúncia de Nisman. "Com sua morte, não vamos permitir que morra nossa
esperança, nossos anseios por justiça, e deixar o caso Amia morrer",
ressaltou o presidente da Daia.
Schlosser
criticou o memorando de entendimento assinado em janeiro de 2013 entre a
Argentina e o Irã, que prevê a revisão de toda a documentação da investigação e
a possibilidade de que os suspeitos do ataque terrorista sejam interrogados em
solo iraniano. "Devemos convencer a todos que esta não é a luta da
comunidade judaica, mas de um país que quer justiça", afirmou Schlosser.
"Não vamos
permitir a morte de outro promotor, não vamos permitir que os intimidem e lhes
digam o que deve ser feito", finalizou.
Em uma conversa
com a Agência Efe, o tesoureiro da Amia, Ariel Cohen Sabban, afirmou que a
instituição ainda não estudou com profundidade o texto completo da denúncia de
Nisman, divulgado na terça-feira. "Nossos profissionais vão analisar (a
denúncia) nos próximos dias. A partir daí, os resultados chegarão a nossa mesa
diretora e, em seguida, a Amia vai se posicionar", antecipou.
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