Caso foi revelado no início deste ano em uma das audiências da CPI dos
trotes na Alesp
Em 2002, uma aluna do campus da USP em Piracicaba, interior de São
Paulo, foi abusada sexualmente por oito estudantes da instituição durante uma
festa em uma república. Os agressores publicaram detalhes do ato na internet.
Na época, a estudante e sua família procuraram a Prefeitura do Campus e a
direção da universidade para a tomada de providências. Nada foi feito.
O caso foi revelado no início deste ano a uma das audiências da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado
de São Paulo), instaurada para investigar a violação de direitos humanos nas
universidades do Estado durante trotes e festas estudantis.
Durante a audiência realizada nesta quarta-feira (21), o prefeito do
campus na época do ocorrido, Marcos Vinicius Folegetti, atual chefe do
departamento de engenharia da Esalq (Escola Superior de Agricultura "Luiz
de Queiroz"), relatou que nunca teve conhecimento sobre a realidade do
caso.
— [Em reunião para apurar o caso na época] o encaminhamento foi, em
primeiro lugar, que a aluna declarasse o que ocorreu. Ela disse: ‘Não quero
relatar nada, quero que tirem as informações sobre mim da internet’.
Folegetti afirma que a falta de denúncia do caso, quando isso era
esperado, fez com que nenhuma sindicância fosse aberta.
— A sindicância não ocorreu porque não houve a denúncia. Nunca foi
mencionada a palavra estupro. Estou tomando conhecimento que isso ocorreu
agora. Quando fomos atrás disso, já tinham sido tiradas as informações da
internet
O professor relata ainda que, no período, os alunos que publicaram
detalhes do abuso na internet foram identificados pelos colegas e acataram a
recomendação de retirar as informações do ar.
Os deputados presentes na audiência — entre eles os presidente da CPI,
deputado Adriano Diogo (PT) — questionaram a passividade da direção e da
prefeitura frente à falta de informações.
“Qual o papel dos conselhos de
repúblicas de Piracicaba?”, perguntou Adriano Diogo, lembrando que o grupo de
repúblicas ministrado pelos alunos é conhecido pela direção da Esalq.
Folegetti respondeu apenas que “ele é algo que está
fora da universidade”.
— Existem repúblicas ‘trotistas’ e não ‘trotistas’ que participam do
grupo. Isso torna tudo mais complexo.
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