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Durval diz ter desviado R$ 160 milhões para suposto esquema de Arruda
Desvios começaram no governo Joaquim Roriz (PSC), segundo delator. Ex-secretário depôs à Comissão de Ética da Câmara Legislativa do DF.
O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa afirma ter participado do desvio de um montante de R$ 160 milhões em um suposto esquema comandado pelo ex-governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). O valor foi mencionado pelo delator do escândalo conhecido como "mensalão do DEM" em depoimento à Comissão de Ética da Câmara Legislativa do Distrito Federal nessa quinta-feira (29/04). O G1teve acesso neste domingo (2) às notas taquigráficas do depoimento. O G1 tentou contato com o advogado de Arruda, Nélio Machado, mas as ligações não foram atendidas.
O depoimento faz parte do processo contra a deputada Eurides Brito (PMDB), que foi líder do governo Arruda e aparece em vídeo gravado por Durval colocando dinheiro na bolsa. Por exigência do delator, somente a relatora do caso, Érika Kokay (PT), tomou seu depoimento em local escolhido pela Polícia Federal, uma vez que Durval está sob guarda do programa de proteção a testemunhas. O depoimento durou quase duas horas.
Durval conta no depoimento que o suposto esquema começou em novembro de 2002, ainda na administração do ex-governador Joaquim Roriz (PSC). Segundo o delator, Roriz "entregou" para Arruda a Codeplan, que era responsável por contratos na área de informática. Durval era o presidente da empresa e, desde então, teria começado a desviar recursos para Arruda e seus aliados. O G1 entrou em contato com a assessoria de Roriz, mas ele só vai se pronunciar após ter acesso à íntegra do depoimento.
"Em 2002, final de 2002, após o Roriz ser vencedor da campanha, eu fui procurado pelo Arruda, que pediu autorização, na minha frente, ligou para o Roriz e pediu autorização para falar comigo. Ele (Roriz) falou: pode falar. Em 2002, final de 2002, novembro, e a partir dali nós começamos a estreitar uma relação aonde ele (Arruda) começou a comandar, mesmo, da forma que foi", diz Durval.
O delator do escândalo de corrupção no DF conta que era o operador dos pagamentos dentro do suposto esquema comandado por Arruda quando este ainda não era governador. Entre 2003 e 2006, Durval diz que fazia uma prestação de contas semanal a Arruda. "Ele (Arruda) controlava tudo e eu fazia prestação. De 2003 a 2006 eu fazia prestação para ele toda semana, prestação de conta. E era na casa dele". O recurso vinha de propina paga por empresas que atuavam na área de informática no governo do Distrito Federal.
Em janeiro de 2007, quando Arruda assumiu o cargo de governador, Durval diz ter deixado de fazer diretamente os pagamentos. Segundo ele, o dinheiro que recebia de propina era repassado para que outras pessoas fizessem o pagamento. Somando os dois períodos, Durval diz que o esquema desviou R$ 160 milhões.
"Os documentos estão todos dentro dos autos. Havia uma prestação de contas deste tamanho. A prestação de contas de, entre 2003 e 2006, 60 milhões destinados pelo Arruda. Está aí meu depoimento. Eu falei: vamos acabar com a hipocrisia. Passou pela minha mão, de tanto tempo, tanto tempo, R$ 60 milhões. Nada menos. De 2007 a novembro de 2009, R$ 100 milhões", afirmou o delator.
O delator chegou a se dizer surpreendido com o que chamou de "banalização" do desvio dos recursos e afirmou que Arruda centralizava o esquema. "Então tem coisas que surpreendem a gente. (...) A banalização do próprio crime. É porque o crime, ele é sistemático, ele é organizado setorialmente e ele é concentrado aqui numa só pessoa, que era o Arruda, que não deixava nada passar".
Arruda "empresário"
No depoimento, o delator afirma ainda que Arruda é um dos sócios de um grande empreendimento no Distrito Federal. Durval afirma que junto com o ex-vice-governador Paulo Octávio e o empresário José Celso Gontijo, Arruda participa da construção de um empreendimento na cidade de Taguatinga para a construção de 17 torres com 29 andares.
A menção é feita quando o delator fala do pagamento de propina para a aprovação do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT). "Ali tinha inclusão de algumas áreas, tinha a junção de alguns terrenos e mudanças de gabarito, tudo ao mesmo tempo. Inclusive, tem um empreendimento do Arruda, Paulo Octávio e que o Zé Gontijo é um dos sócios, ali naquela descida do Pistão Sul de Taguatinga. São 17 torres de 29 andares".
O delator afirma que a expectativa dos aliados de Arruda era receber R$ 60 milhões em propina de empresários interessados em alterações no PDOT. Durval conta, no entanto, que o esquema não conseguiu o sucesso esperado e teria arrecadado "20 e poucos milhões".
O G1 tentou contato com a assessoria de Paulo Octávio, mas as ligações não foram atendidas. De acordo com a assessoria de imprensa da JC Gontijo, empresa da qual José Celso Gontijo é um dos sócios, a empresa não tem nenhum tipo de empreendimento com Arruda. A empresa informou ainda que vai acionar judicialmente Durval pelas declarações.
Eurides Brito
O delator afirma no depoimento que Eurides Brito (PMDB) recebeu pagamentos mensais do esquema entre 2003 e 2006, quando ele operava. A deputada aparece em um vídeo gravado por Durval no segundo semestre de 2006 colocando dinheiro na bolsa. Em sua defesa, a parlamentar afirmou que o dinheiro era para encontros que fez com eleitores e que pegou a quantia com Durval a mando de Roriz. O ex-governador classificou esta versão de Eurides como "fantasiosa".
No depoimento prestado à comissão de ética, Durval ataca a ex-líder de Arruda. Ele ironiza a justificativa dada pela deputada para o dinheiro recebido. "Se a Eurides vai ter que arrumar festa, ela vai ter que arrumar muita festa, porque, na realidade, era aquilo todo mês."
O delator afirma que entre 2003 e 2006 a parlamentar recebia R$ 30 mil mensais. Em alguns casos, ainda havia pagamentos extras para festas que ela promovia. Durval diz que saiu do esquema até dinheiro para pagar uma perícia usada por Eurides em sua defesa em outra investigação feita pela Câmara Legislativa. Durval afirma que a deputada tinha conhecimento de que a origem do dinheiro era de corrupção.
O G1 tentou contato com a deputada em seu telefone pessoal e por meio de sua assessoria, mas as ligações não foram atendidas.
Outros envolvidos
Durval avança no depoimento trazendo novos nomes para o escândalo. Ele cita os deputados distritais Doutor Charles (PTB) e Batista das Cooperativas (PRP) entre os que recebiam dinheiro.
Sobre Doutor Charles, o delator afirma que ele tinha "tratamento diferenciado", assim como Rôney Nemer (PMDB). Enquanto os colegas recebiam R$ 30 mil por mês, estes dois ficavam entre R$ 80 e R$ 100 mil. "O Doutor Charles recebia 80 mil, 100 mil. O Rôney também recebia uns 80. Não sei porque a diferença, mas eles recebiam diferenciado".
Nemer nega que tenha recebido dinheiro do suposto esquema. Ele destacou que votou contra várias matérias de interesse do governo durante a administração de Arruda.
Doutor Charles classificou a acusação como "hilária". Ele negou ter recebido recursos do suposto esquema e afirmou que Durval deveria estar dando explicações sobre os recursos que desviou enquanto atuou no governo do Distrito Federal.
Em relação a Batista, que relatou processos de impeachment contra Arruda, Durval diz que ele recebia dinheiro do esquema. "Agora, você vai dizer que, com aquela qualificação do Batista das Cooperativas, você acha que ele não estava dentro? Um camarada venal igual àquele?", questiona o delator. Durval afirma que Batista é "beneficiário de muitas coisas".
O deputado Batista classificou como “revanchismo” a acusação de Durval. Ele lembrou que atacou Durval no depoimento do delatar na CPI da Corrupção em 30 de março. Na ocasião, o deputado criticou o delator por este ficar calado na comissão. “Não acho que o senhor prestou um serviço para o Distrito Federal. Seu papel foi nefasto”, afirmou Batista. Na resposta, Durval afirmou que não gostaria de ser “herói” e falou que o “rolo compressor” estava por vir.
Batista afirmou que a acusação de Durval contra ele é “mentira de um bandido” e disse possuir uma certidão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmando que ele não é investigado no caso.
No fim do prazo, metade dos estádios da Copa 2014 tem as obras atrasadas
Comitê Organizador deu até 3 de maio para o começo das obras.
BH, Cuiabá, Curitiba, Manaus, Porto Alegre e São Paulo começaram obras.
No dia em que as obras nos estádios da Copa 2014 deveriam estar iniciadas, de acordo com prazo estabelecido pelo Comitê Organizador Local, metade das sedes está com os trabalhos atrasados. Segundo levantamento feito pelo G1, apenas seis das doze cidades estão com as renovações em andamento: Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Manaus, Porto Alegre e São Paulo.
Este é o segundo prazo estabelecido pelo Comitê Organizador Local, que representa a Fifa no país. A data inicial, 1º de março, já havia sido adiada devido aos atrasos.
“Muitos estados só agora, nesta semana, estão mandando a carta-consulta ao Ministério das Cidades para repassar à Caixa e pedir financiamentos”, afirma o deputado federal Sílvio Torres (PSDB/SP), da subcomissão da Câmara dos Deputados que acompanha os gastos de recursos públicos destinados à Copa do Mundo.
A assessoria de imprensa da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afirma que o Comitê Organizador analisará caso a caso o andamento dos projetos. "O prazo é um marco. A partir deste dia nós vamos tirar uma radiografia, para ver como está a situação de cada estádio", explica Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da CBF. “Se alguém estiver muito distante, pode ser repensada [a participação da Copa]”, afirma Paiva.
Em nota, a Fifa afirma que o prazo foi estabelecido pelo Comitê Organizador Local e que apenas monitora o progresso das obras para garantir que os estádios estejam prontos até 31 de dezembro de 2012 – para que eles possam ser usados na Copa das Confederações de 2013.
Não existe nenhuma punição prevista para quem descumprir a data e, por isso, os responsáveis pelas obras se dizem tranquilos.
“Eu acho que eles vão disponibilizar um novo prazo”, afirma Eduardo Ramos, Coordenador Jurídico da Secretaria de Esportes do Ceará. Em Fortaleza, a previsão é que as obras comecem até o final do mês de maio. O processo de licitação está na metade e deve ser concluído até o final da semana, segundo Ramos.
Na “Cidade da Copa”, de Pernambuco, as obras também devem começar até o final do mês. “Não existem condições de começar doze obras no Brasil inteiro, no mesmo dia, na mesma data, já que as regiões são diferentes, os regimes de chuvas são diferentes, as licitações são diferentes e os regimes de contratações das obras são diferentes”, afirma Sílvio Bompastor, gestor do projeto da Copa em Pernambuco.
Em Porto Alegre, o Beira-Rio ganhou um novo sistema de drenagem do gramado e cinco pilares que vão suportar a cobertura do estádio, mas a principal fase da obra está no aguardo de financiamento do governo, segundo o vice-presidente de Patrimônio do Sport Club Internacional , Emídio Ferreira.
A situação mais grave é a do futuro Estádio Nacional de Brasília, que sofreu com os problemas que envolveram o governo do Distrito Federal. A licitação já foi aberta e o início das obras é esperado para ainda este mês de maio.
O Maracanã, provável palco da final do campeonato, aguarda a abertura do licenciamento para a obra, mas o governo já começou os trabalhos de preparação do gramado, segundo sua assessoria de imprensa.
Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba e Manaus vivem as situações mais tranqüilas, com as obras já em andamento. Em São Paulo, o São Paulo Futebol Clube, responsável pelo Estádio do Morumbi, já reformou a estrutura de saneamento e parte dos banheiros e dos camarotes.
“São obras que não aparecem para que vê de fora, mas que são essenciais para a Copa do Mundo”, afirmou Emerson de Souza, assessor de imprensa do projeto do Morumbi para 2014. O clube aguarda uma resposta da Fifa sobre o novo projeto de remodelação enviado à entidade.
Imagens mostram homem trocando de blusa próximo ao carro estacionado.
Segundo a polícia, possível suspeito é branco e tem cerca de 40 anos.
Foram divulgadas neste domingo (2) as primeiras imagens analisadas pelo departamento de polícia de Nova York que podem indicar pistas do responsável pelo carro-bomba abandonado na região da Times Square na noite de sábado.
Na sequência de imagens feitas por uma câmera de segurança, um possível suspeito aparece trocando de blusa após se afastar do carro. De acordo com o chefe do departamento, Raymond Kelly, o homem branco aparenta ter por volta de 40 anos.
Neste domingo, o departamento divulgou também uma fotografia que mostra um relógio encontrado dentro do carro-bomba. Na van estacionada na Rua 45, próximo à 7ª Avenida, foram encontrados cilindros de gás propano e galões de gasolina, assim como fogos de artifício de consumo doméstico, dois relógios, cabos e outros materiais.
Em entrevista cedida à imprensa, Kelly afirmou que não há como comprovar a participação de terroristas paquistaneses na tentativa de explosão de carro-bomba na noite do último sábado na cidade. Pela manhã, talibãs do Paquistão usaram um site islâmico para anunciar que teriam ligação com o carro-bomba – no que seria um ato de vingança pela recente morte de dois líderes da rede al-Qaeda no Iraque e pelos "mártires muçulmanos".
A mensagem, cuja autenticidade não pôde ser comprovada, apareceu em um site frequentado por grupos islâmicos do Iraque e faz referência a Abu Ayub Al-Masri e Abu Omar al-Baghdadi, mortos em 19 de abril durante uma operação antiterrorista no país árabe.
Represália a piada de desenho
Segundo Kelly, ainda não há como precisar que o carro-bomba estacionado na região de Times Square faria parte de um ataque planejado por grupos internacionais.
O presidente Barack Obama, em visita ao estado da Louisiana por conta de um grande vazamento de petróleo no mar, declarou que espera que "justiça seja feita" em relação aos autores do atentado.
O jornal norte-americano "Daily News" sugeriu que o atentado pudesse ser uma resposta a recente polêmica do desenho "South Park", que satirizava o profeta Maomé. Os escritórios da Viacom, conglomerado de mídia responsável pela atração, ficam próximos ao local em que o veículo estava estacionado.
Entenda o caso
Na noite do último sábado, a região de Times Square, uma das mais movimentadas de Nova York, foi esvaziada às pressas pela polícia após a denúncia de que um carro-bomba estava estacionado em rua próxima ao local. Um esquadrão antibombas utilizou robôs e desarmou o artefato na madrugada deste domingo.
United Airlines e Continental anunciam acordo de fusão
Negociação de US$ 3 bilhões criaria a maior empresa aérea do mundo.
O plano ainda tem que ser aprovada por órgãos reguladores americanos.
As companhias aéreas americanas United Airlines e Continental anunciaram nesta segunda (3) um acordo de fusão, que criaria a maior companhia aérea do mundo e poderá, segundo analistas, redesenhar o mercado americano da aviação. As empresas dizem que se trata de um negócio de US$ 3 bilhões. O plano ainda tem que ser aprovada por órgãos reguladores americanos.
Desde o último domingo (2), notícias de jornais como o "Wall Street Journal" e agências de notícias internacionais davam conta de que o acordo havia sido aprovado pelos Conselhos de Administração das duas empresas. A nova empresa seria quase 8% maior que a Delta Air Lines e administraria 21% das praças do mercado americano, contra os 20% que a Delta alcançou após a aquisição da Northwest Airlines em 2008. Com a união, a nova companhia passa a servir 370 destinos em todo o mundo.
Segundo o anúncio desta segunda, a companhia resultante deve usar o nome da United e ter sede em Chicago. Seu comando será do presidente-executivo da Continental, Jeff Smisek, enquanto seu colega da United, Glenn Tilton, presidiria a junta diretora.
O conselho da United Airlines se reuniu na sexta-feira (30), enquanto os conselheiros da Continental o fizeram nesse dia e no domingo. As duas empresas já haviam tentado em 2008, sem sucesso, uma operação similar.
Essas negociações entre United e Continental, respectivamente terceira e quarta companhias aéreas do mundo em número de passageiros, não chegaram a se concretizar diante da decisão da Continental de continuar sozinha ao considerar o ambiente econômico muito arriscado.
Atualmente, o setor aéreo vive uma tendência de consolidação para reduzir custos e capacidade, aumentar a competitividade e enfrentar melhor a crescente concorrência e a guerra de preços.
Na semana passada, a United apresentou, assim como outras companhias aéreas, seus resultados empresariais do primeiro trimestre do ano, quando conseguiu reduzir perdas e confirmou que o setor começa a se recuperar da recessão econômica e que pode retomar seu processo de integração através de fusões.
No primeiro trimestre de 2010, a United reduziu suas perdas em 78,5%, até US$ 82 milhões (US$ 0,49 por ação), graças em grande parte à recuperação do transporte de passageiros.
No fechamento do pregão de sexta-feira, as ações da United registravam alta de 0,59%, US$ 21,60, enquanto as da Continental caíam 1,54%, até US$ 22,35.
Acordo
O acordo determina que os acionistas da Continental receberão 1,05 ação das ações ordinárias da United para cada ação ordinária da Continental que tiverem.
Os acionistas da United devem ficar com aproximadamente 55% do capital da nova companhia, contra 45% para os acionistas da Continental.
A companhia aérea deve ser dirigida pelo atual presidente-executivo da Continetal, Jeffery Smisek. O presidente da United Glenn Tilton presidirá o Conselho de Administração da nova empresa, que terá o nome de United Continental Holdings Inc.
Governo reforça policiamento de fronteira a partir de junho
Pará será o primeiro de 11 estados a ter batalhão especializado.
Policiais terão binóculos com câmera, aviões anfíbios e helicópteros.
O policiamento de nove dos 11 estados do país que têm fronteira seca vai receber reforço a partir de 15 de junho deste ano. A cidade de Breves (PA) será a primeira a receber um batalhão com policiais civis e militares treinados para atuar no combate ao crime na região fronteiriça. O efetivo vai contar com equipamentos de última geração como binóculos com câmera, aviões anfíbios, helicópteros tripulados e não-tripulados e lanchas que conseguem navegar em lâminas de 20 centímetros de água. O país tem 16,8 mil quilômetros de fronteira seca.
Cada estado receberá verba federal de até R$ 9 milhões para implementar o projeto, chamado Policiamento Especializado de Fronteira (Pefron), que está previsto no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Segundo Daniel Rocha, coordenador do Pefron, serão investidos R$ 144 milhões nos dois primeiros anos. A partir de 2012, o custo total estimado pelo governo Federal é de R$ 55 milhões por ano.
O objetivo é combater crimes típicos da região como o tráfico de drogas, contrabando de armas e munições, roubo de cargas e veículos, tráfico de pessoas, exploração sexual e crimes ambientais. Segundo o Ministério da Justiça, até sexta-feira (30), os governos do Paraná e do Rio Grande do Sul ainda não haviam assinado o convênio. Participarão do programa policiais do Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Os policiais civis e militares serão formados pelo Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP). "A primeira turma de agentes entrou na sala de aula no fim de abril e estará pronta até 15 de junho deste ano. A primeira base móvel do Pefron será instalada no Estreito de Breves, que tem cerca de 80 metros de profundidade e é um local estratégico no combate ao crime na região", disse Geraldo Araújo, secretário de Segurança Pública do Pará.
Cada base terá cerca de 46 agentes e receberá equipamentos de acordo com a geografia da região. "No Pará, o nosso objetivo será combater o narcotráfico, a entrada de armamento ilegal vindo do Suriname, o tráfico de drogas da Colômbia e assaltos a embarcações de carga e de passageiros nos rios paraenses", afirmou Araújo.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) espera reduzir o número de registro de pessoas desaparecidas no país. Segundo dados do órgão, cerca de 33 mil casos são registrados anualmente no Brasil e as vítimas seriam transportadas pelas fronteiras secas até os países vizinhos.
Araújo disse ao G1 que foram presos 2,7 mil traficantes no estado apenas em 2009. "Investimos R$ 17 milhões em equipamentos de inteligência policial. A próxima etapa será a aquisição de 12 helicópteros não-tripulados, capazes de voar a três quilômetros de altura e fazer imagens precisas das áreas sobrevoadas." Para operar os helicópteros serão necessárias dez pessoas.
Atualmente, o policiamento de fronteira cabe aos estados e às Forças Armadas. O Ministério da Justiça cita o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) como exemplo de eficiência na atuação repressiva na região fronteiriça. O Pefron tem o objetivo de intensificar esse trabalho.
A primeira etapa do Pefron no Pará será a formação dos policiais selecionados e a aquisição de embarcações, carros com tração 4x4, binóculos com câmera digital, microcâmeras sem fio, microfones, geradores e equipamentos de visão noturna.
O projeto atingirá 571 municípios brasileiros que estão localizados nas fronteiras da Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. O cronograma do Pefron prevê a construção de 11 bases móveis nos primeiros 12 meses e a incorporação de 1.100 policiais na corporação.
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