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BRASIL / MUNDO

Vídeo de brasileiro mostra caos em Porto Príncipe instantes após terremoto

Ele filmou igreja em que estava a médica Zilda Arns. Imagens mostram desespero após destruição do prédio.

Quando o soldado brasileiro Luís Diego Morais ligou a câmera para filmar o desmoronamento da igreja Sacré Couer, no Haiti, não imaginava as proporções da tragédia que acabava de acontecer.

Ele filmou os primeiros momentos após o terremoto que abalou o Haiti na última terça-feira (12), e mostrou a o local onde morreu a missionária brasileira Zilda Arns.

Cobertura completa: terremoto no Haiti

Leia também: Ao menos 17 brasileiros morreram As imagens mostram o desespero das pessoas que estavam ao redor da igreja e a poeira que se levantou após o desmoronamento do prédio. “Sumiu um monte de gente que estava aqui embaixo”, diz ele na gravação enquanto aponta para a pilha de tijolos que se transformou a Sacré Couer.

“Eu não senti tremor nenhum, pois estava na viatura. Não percebi o que era. Depois que baixou a poeira é que eu fui ver que era um terremoto”, afirma o militar. A única parte da frente da igreja que ficou intacta foi um crucifixo. Uma torre desabou e levou boa parte da estrutura do prédio.

Neste domingo (17), o soldado voltou ao local onde foi feita a filmagem e um haitiano que esteve até os últimos minutos com Zilda Arns conta o que aconteceu. “Ela fazia uma reunião com os capelães e falava como combatia a fome no Brasil.” Zilda Arns acabava de fazer uma palestra quando dois prédios ruíram ao mesmo tempo. O soldado conta que também estava lá dentro, mas minutos antes, quando a fundadora da Pastoral da Criança estava quase saindo, teve ordens para esperar do lado de fora. A brasileira indicada ao Prêmio Nobel da Paz, contudo, não teve o mesmo destino. “Ela era uma pessoa muito afetuosa, demonstrando bastante carinho com todos que estavam ali”, conta o militar. A freira Rosângela Altoé estava com Zilda e também se salvou. “Eu fiquei desesperada e falei ‘Ai, meu Deus, onde está a doutora Zilda?’. Nessa hora, subiu uma poeira branca que cobriu tudo. Com o que aconteceu, era para eu estar junto e ter morrido.”

Militares brasileiros

O soldado Morais se salvou, mas não teve tempo para comemoração. Quatro colegas estavam desaparecidos e 14 tinham morrido soterrados. No Ponto Forte 22, onde ocorreu a maior tragédia brasileira, morreram dez soldados. No Forte Nacional, onde o Exército Brasileiro comandava um ponto de apoio, mais três baixas. “Eu cheguei a ficar soterrado da cintura para baixo. Conforme eu ia me mexendo, as pedras iam se soltando e eu consegui sair de lá de dentro”, conta um militar brasileiro que conseguiu se salvar. O Fantástico não obteve permissão para filmar o hotel onde funcionava a sede da ONU. Lá foi encontrado o corpo do brasileiro Luiz Carlos da Costa, embaixador das Nações Unidas. Ele foi indicado para a missão da ONU no Haiti em 2006 para um trabalho de integração entre civis, militares e policiais. Bem perto do hotel, 24 bombeiros norte-americanos trabalhavam em um outro resgate. A mulher de um engenheiro está até agora lá dentro – viva, ele acredita. Horas antes, quase cinco dias depois da tragédia, eles ainda ouviam gritos pedindo socorro e teriam até recebido uma mensagem de texto pelo celular. Ainda que mínima, ainda existe uma ponta de esperança.

Equipe de TV da Austrália resgata bebê no Haiti

Criança estava sob escombros de prédio em Porto Príncipe. TV concorrente filmou o resgate.

Uma equipe de televisão da Austrália resgatou uma menina de 18 meses sepultada sob os escombros três dias depois do terremoto do Haiti, informa a imprensa nesta segunda-feira (18). Na sexta-feira, quando filmava uma reportagem, o repórter cinematográfico Robert Penfold, do canal Nine Network, ouviu gritos vindos dos escombros, largou a câmera e começou a cavar.

A criança estava presa perto dos corpos dos pais, mortos no tremor que devastou Porto Príncipe. "Entre as ruínas apareceu uma menininha, nunca vou esquecer. Não chorava. Parecia assustada, quase como se visse o mundo pela primeira vez", declarou Penfold ao jornal "The Australian". As imagens do salvamento do bebê, que deram a volta ao mundo, foram filmadas por outra emissora, Seven, a principal concorrente, e mostram Mike Amor, correspondente do canal Nine, com a menina coberta de poeira no colo e dando de beber à criança.

"O momento era muito mais importante que a informação. Nunca vivi algo tão bonito desde o nascimento do meu próprio filho", disse.

Exército confirma morte de mais um militar brasileiro no Haiti

Tenente-coronel estava desaparecido desde o terremoto. Número de militares brasileiros mortos chega a 16.

O Comando do Exército informou nesta segunda-feira (18) que foi identificado o corpo do tenente-coronel Marcus Vinicius Macêdo Cysneiros, que se encontrava desaparecido na cidade de Porto Príncipe, capital do Haiti, desde o terremoto de 12 de janeiro. Outos dois militares brasileiros ainda são considerados como desaparecidos. Cobertura completa: terremoto no Haiti Segundo o Exército, o tenente-coronel Cysneiros desempenhava no Haiti as funções de observador militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a Minustah. Com isso, sobe para 18 o número de brasileiros mortos na tragédia. Entre as vítimas do Brasil, estão também o diplomata Luiz Carlos da Costa, que ocupava o segundo cargo mais importante da ONU no Haiti, e a médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Saúde dos militares feridos

O Comando do Exército também informou neste domingo que os 16 militares feridos provenientes do Haiti permanecem internados no Hospital Geral de São Paulo. "O quadro clínico de todos é bom e estável, alguns inclusive com condições de alta hospitalar", informou o Exército. De acordo com a instituição, todos militares permanecerão internados até o término do período de quarentena, para a realização de "exames complementares previstos para os militares que participam da Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti (MINUSTAH)". "Nenhum militar necessitou transferência para a Unidade de Terapia Intensiva. A maioria apresenta pequenas lesões sem gravidade (fraturas, entorses e escoriações) e todos estão recebendo cuidados de equipe multidisciplinar, visando um período de recuperação mais curto", concluiu o Exército, por meio de nota à imprensa.

Homem que tentou matar João Paulo II afirma ser o segundo Jesus Cristo

Após 3 décadas, Ali Agca foi libertado nesta segunda (18). Em comunicado, ele previu o 'fim do mundo' neste século.

Mehmet Ali Agca, o homem que tentou matar o papa João Paulo II em 1981, proclamou o "fim do mundo" em um comunicado divulgado pouco após sua libertação nesta segunda-feira (18) na região de Ancara.

O turco Agca, de 52 anos, que se define como "o segundo Messias", e que segundo alguns analistas sofre de problemas psiquiátricos, afirma no texto que é "o Cristo eterno". O comunicado foi distribuído por seu advogado quando Agca deixou a penitenciária de segurança máxima de Sincan, nas proximidades de Ancara, depois de três décadas.

"Proclamo o fim do mundo. O mundo inteiro será destruído durante este século. Todos os seres humanos morrerão durante este século."

"A Bíblia está cheia de erros. Eu escreverei a Bíblia perfeita", completa, no texto assinado por "o Cristo eterno, Mehmed Ali Agca". Uma fotografia de Agca apertando a mão de João Paulo II acompanha o documento. O sumo pontífice visitou Agca em sua cela na Itália em 1983 e perdoou a tentativa de assassinato. Agca foi preso na Turquia depois de ser extraditado da Itália, em 2000, por vários crimes cometidos em Istambul antes da tentativa de assassinato de João Paulo II em 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro de Roma. O pontífice foi gravemente ferido no abdome por um tiro. Quando João Paulo II faleceu, em abril de 2005, o turco fez declarações misteriosas, proclamando-se "o segundo Messias" e anunciando a intenção de escrever "a Bíblia perfeita, verdadeira".

Na última mensagem divulgada pelo advogado, semana passada, Agca pedia a fundação de um "novo império americano que deve se tornar o centro e comando da paz, democracia e liberdade internacionais".

Patrimônio histórico de São Paulo tem até ‘puxadinho’

Água 'brota' em edificação tombada pelo Condephaat. Sem conservação, casarões antigos viram cortiços na Bela Vista.

São Paulo tem se mobilizado para ajudar a cidade de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba, a se recuperar da enchente que destruiu grande parte do município no início do ano, mas assiste ao patrimônio histórico da capital paulista se deteriorar. Esta degradação se agrava ainda mais com as incessantes chuvas que estão castigando a capital neste mês.

Para constatar essa deterioração do patrimônio histórico, basta uma caminhada pelas ruas da Bela Vista, bairro na região central que teve áreas inteiras tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em resolução publicada em 2002.

Além do tombamento destas áreas, como a região do Bixiga, que abriga dezenas de restaurantes e centenas de imóveis - como casarões, igrejas e teatros, e conjuntos arquitetônicos, como escadarias, praças e logradouros - são protegidos pela resolução, que determina preservação integral do bem tombado. O artigo 8º desta resolução estabelece que nenhuma intervenção pode ser realizada nos bens tombados sem a prévia aprovação do Departamento do Patrimônio Histórico e do Conpresp. A lista completa dos bens tombados pode ser acessada pela página da Prefeitura na internet.

Apesar disso, a Vila Itororó, um complexo de 37 edificações, com destaque para um palacete de quatro pavimentos e adornada por 18 colunas, que começou a ser construído em 1920, apresenta grau elevado de deterioração, mesmo sendo tombada também pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). No palecete da vila, por exemplo, os atuais moradores – seis famílias, ao todo - construíram ‘puxadinhos’, construções anexas de bloco e cimento, alterando a fachada da edificação. Além disso, possivelmente por ter sido construída sobre o Córrego Itororó, minas d'água estão "brotando" no quintal das casas. Depois das fortes chuvas deste mês, as minas estão surgindo dentro das próprias casas, na sala, cozinha ou qualquer outro cômodo, segundo relatou ao G1 a secretária Antônia Souza Cândida, de 48 anos, que atua como uma coordenadora da Vila Itororó.

Moradora do local há 29 anos, ela disse que, apesar de externamente as edificações parecerem cortiços, por dentro estão bem conservadas.

Conselho do patrimônio

Rovena Negreiros, presidente do Condephaat, confirmou que houve alterações na fachada do palacete. “Essas alterações são anteriores ao tombamento de 2005, quando o palacete já havia se transformado em um cortiço”, informou Negreiros, por e-mail.

Além disso, ela admitiu que este patrimônio histórico corre sério risco, tanto pela falta de conservação quanto, possivelmente, pelas chuvas. “Não sabemos se é possível atribuir tais problemas às fortes chuvas ou, ao menos, exclusivamente a elas. É preciso avaliar melhor outros possíveis problemas”, ressaltou. Ela lembrou que o projeto de implantação da Vila Itororó previa a exploração de uma mina d’água para a construção da primeira piscina particular em um imóvel residencial na capital. “É possível que as águas subterrâneas tenham se aflorado em outros pontos e que não estejam sendo direcionadas para a piscina”, disse. Mas este seria apenas um dos problemas a ser resolvido, segundo Rovena. “Com o passar dos anos, tendo como hipótese a falta de manutenção da piscina e mesmo do conjunto arquitetônico tombado, seria de se esperar que os encanamentos e tubulações estejam em condições precárias, podendo provocar infiltrações nos imóveis, a ponto de comprometer suas estruturas”, reconhece a presidente do Condephaat.

Desapropriação

A assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura do município, também por meio de e-mail, informou que a Vila Itororó está para ser desapropriada por meio de decreto. “O governo do estado irá realizar a desapropriação dos imóveis históricos da vila e a secretaria irá desapropriar três imóveis que dão acesso ao complexo da Vila Itororó”, diz a assessoria.

A secretaria municipal informou que já contratou, inclusive, o projeto de restauro em dezembro de 2009 ao custo de R$ 706 mil. A vila deverá se transformar em um centro cultural. “A conclusão deste projeto está prevista para 2011, quando será possível licitar o projeto e começar as obras que devem ser concluídas até o final de 2012. Tudo isso pressupondo que a desapropriação do local seja concluída neste ano”, explica a assessoria da secretaria.

A presidente do Condephaat disse ao G1 que o projeto de transformar a Vila Itororó em centro cultural existe “desde o final da década da 1970”, mas até agora não foi protocolado no órgão nenhum projeto de recuperação. De acordo com a assessoria da Prefeitura, a desapropriação já foi determinada e só é necessário aguardar uma definição judicial sobre a quem será destinado o valor da indenização: se aos moradores ou ao atual proprietário da vila. Depois da venda da vila pelo antigo proprietário, anos atrás, os moradores entraram na Justiça para evitar que fossem despejados. Enquanto não sai esta decisão, eles aguardam por uma solução dos órgãos competentes, pois além de não poderem mexer externamente nos imóveis, a vila não conta com serviços essenciais, como rede de esgoto, iluminação pública e nem coleta de lixo.

“Meu sonho é que as construções sejam restauradas e a vila volte a exibir toda a beleza destas construções. No ano passado, fizemos aqui a ‘Vilada Cultural’. Temos interesse de permanecer e transformar este lugar em uma atração turística, gastronômica e cultural”, diz Antônia Cândido.

Casarões

Além da Vila Itororó, é possível observar, em uma rápida caminhada em direção ao Centro pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, alguns casarões antigos em mau estado de conservação, inclusive com pichações nas paredes externas. Pelo menos um teve as portas e janelas emparedadas para evitar invasões por moradores de rua. Muitos viraram cortiços. “Os proprietários não têm interesse em preservar e alugam barato. Muitas famílias acabam se instalando nestas casas e degradando-as ainda mais”, lamentou Walter Taverna, de 75 anos, um dos fundadores da Sociedade de Defesa das Tradições e Progresso da Bela Vista (Sodepro). Ele acompanhou o G1 na visita por alguns dos imóveis tombados da Bela Vista. Dentre eles, o Castelinho da Brigadeiro, localizado no número 826, e a Casa de Dona Yayá, na Rua Major Diogo, 353. Ambos foram restaurados, mas estão à mercê dos vândalos. O muro do Castelinho, por exemplo, foi pichado. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Cultural informou que, apesar de o bairro ser tombado pelo Conpresp, não tem como intervir no caso de imóveis particulares.

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