Concursos garantidos pelo governo federal somam mais de 6 mil vagas
Editais de concursos com vagas efetivas devem sair nos próximos meses. Ministro do Planejamento diz que governo garante apenas os autorizados.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta-feira (19) que os concursos públicos já autorizados para este ano serão mantidos. Os demais, previstos mas ainda não aprovados, serão negociados com os ministérios caso a caso.
Nesta categoria ainda não confirmada estão seleções como as da Polícia Federal e da Receita Federal, que estavam previstas para este ano, mas que ainda aguardam autorização do Planejamento. Entretanto, os concursos federais já autorizados pelo Ministério do Planejamento para vagas efetivas no governo federal, e cujos editais devem ser publicados nos próximos meses, somam mais de 6,1 mil vagas.
De acordo com Bernardo, mesmo com a manutenção dos já autorizados, haverá atraso na abertura dos concursos e na posse dos aprovados. Pela lei, a partir da aprovação por meio de portaria no "Diário Oficial da União", o prazo para publicação do edital é de, no máximo, seis meses.
O órgão com maior número de vagas efetivas autorizadas é o Ministério da Educação, com 4.116. Destes, 3,8 mil vagas são para universidades federais ou institutos tecnológicos.
Segundo o ministério, cada instituição é responsável pela publicação dos editais.
Terceirizados
Do total de vagas autorizadas, 1.599 são para substituir terceirizados nos seguintes ministérios: Planejamento (287 vagas), Educação (290 vagas), Integração Nacional (293 vagas), Justiça (450 vagas) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (279 vagas).
Outras 3.259 vagas que substituirão terceirizados deverão ser preenchidas este ano - mas elas ainda não foram autorizadas e os nomes dos ministérios para os quais serão abertos concursos não foram informados pelo Ministério do Planejamento.
A substituição dos terceirizados por funcionários efetivos está sendo feita após compromisso firmado em 2007 entre o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Planejamento.
De acordo com o Ministério do Planejamento, as substituições dos terceirizados são referentes à administração direta, e não incluem casos de autarquias e fundações, por exemplo, que são da administração indireta.
Vagas temporárias
Além dos concursos para vagas efetivas, outros cinco processos seletivos preveem 241,8 mil vagas temporárias. Desses cargos, a grande maioria - 238 mil - é para atuar no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. Outras 221 vagas são divididas entre dois ministérios e uma secretaria.
VEJA LISTA DE CONCURSOS AUTORIZADOS PARA VAGAS EFETIVAS QUE AGUARDAM EDITAL Órgão Vagas Escolaridade Banco Central 20 Nível superior Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes 100 Nível superior Escola Nacional de Administração Pública 45 Não informado Fundação Nacional de Saúde 419 Nível médio e superior Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 279 Nível médio e superior Ministério da Educação (1) 3.826 Nível médio e superior Ministério da Educação (2) 290 Nível médio e superior Ministério da Integração Nacional 293 Nível médio e superior Ministério da Justiça 450 Nível médio e superior Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (1) 100 Nível superior Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2) 287 Nível médio e superior
Órgão Vagas temporárias Escolaridade Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1) 238.000 Nível fundamental e médio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2) 3.638 Não informado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 75 Nível médio e superior Ministério da Educação 96 Nível superior Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República 50 Nível médio, técnico e superior
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A verdadeira natureza do Hurdia victoria foi um mistério durante quase um século (a espécie foi originalmente descoberta em 1912). Isso porque os cientistas só conheciam cacos isolados do bicho, explicou ao G1 a estudante de doutorado Allison Daley, que trabalha na Universidade de Uppsala (Suécia). "O que as pessoas encontravam eram pedaços da carapaça do animal que eram perdidos durante a muda, tal como os artrópodes de hoje fazem", contou ela por telefone. Resultado: a classificação do bicho virou o samba do Cambriano doido, com alguns fragmentos sendo batizados como crustáceos, outros como pepinos-do-mar e outros como medusas, num total de oito denominações diferentes.
"Foi só com a descoberta de espécimes completos ao longo dos anos 1990 que conseguimos ter uma visão do animal como um todo", diz Daley. Valeu a pena esperar: a conclusão é que oHurdia é parente do Anomalocaris e outros artrópodes predadores esquisitíssimos com mais de 500 milhões de anos. Essas criaturas estão na base da árvore genealógica dos invertebrados com carapaça articulada. Por isso, embora vivessem nos mares, não se pode dizer que eles são parentes próximos das lagostas ou caranguejos de hoje.
Tubarão
Para os padrões modestos da fauna marinha do Cambriano, o Hurdia era o equivalente a um tubarão-branco, ou seja, um predador de topo de cadeia, capaz de comer quase qualquer coisa que se mexesse. "A maioria dos exemplares têm 20 cm, mas alguns parecem ter chegado a 40 cm de comprimento", afirma Daley. Segundo ela, o bicho só perdia para seu "primo"Anomalocaris, cujo tamanho máximo provavelmente ficava entre 1 m e 60 cm.
O corpo alongado do bicho era coberto de brânquias, provavelmente para extrair o máximo possível de oxigênio da água e manter seu metabolismo em rápido funcionamento. Seus olhos ficavam na ponta de um pedúnculo (mais ou menos como os de um siri moderno), e os "bracinhos" curtos que podem ser vistos logo atrás da cabeça na verdade são os apêndices da boca do bicho. "Não sabemos exatamente como ele comia ou mesmo se mastigava a presa, mas eles estão cheios de dentes", afirma a paleontóloga.
Outro mistério envolve a estranhíssima carapaça na parte da frente da criatura. "Artrópodes muitas vezes possuem uma espécie de escudo por cima de áreas vitais, mas no lugar onde está essa estrutura não está protegendo nada", explica Daley.
"Pode ser que aquilo servisse para conduzir a comida para a boca do animal, como uma forma de defesa ou até como ferramenta para a reprodução. Simplesmente não sabemos a esta altura", reconhece a paleontóloga. O certo é que, apesar de sua morfologia fascinante, o bicho e seus parentes acabaram não deixando descendentes modernos.
Outono começa com calor e pancadas de chuva, diz meteorologista
Segundo Cptec/Inpe, chuvas devem continuar principalmente à tarde. Mudanças no tempo devem começar a ser percebidas no final de abril.
Nesta sexta-feira (19), às 8h44, começa o outono. Entretanto, quem espera mudanças no tempo vai ficar decepcionado. “A nova estação deve começar do jeito que verão terminou. A mudança será meramente astronômica”, diz o meteorologista Olivio Bahia, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Cptec/Inpe).
Ou seja, os próximos dias dificilmente apresentarão tempo típico de outono. Em vez disso, deve haver “calor e bastante umidade em todo o país, favorecendo, inclusive, pancadas de chuva”, segundo o meteorologista.E as chuvas devem continuar ocorrendo principalmente no período da tarde, sobretudo em áreas do Norte, Centro-Oeste e algumas partes da Região Sudeste.
“As mudanças devem ocorrer no final de abril, quando será possível sentir o clima do outono”, diz Bahia. “O ar deverá ficar um pouco mais frio, talvez com mais chuva no Norte e no Nordeste do Brasil”.
Nos próximos meses as noites também devem ficar mais longas, segundo o meteorologista. “Vai começar a escurecer mais cedo, amanhecer mais tarde, e as madrugadas serão mais frias, o que pode acarretar manhãs com temperatura menor também”.
Quanto à umidade, Bahia explica que deve haver queda, principalmente mais próximo do inverno. “Entretanto, não estamos apostando em seca mais significativa”, afirma.
Crise econômica faz aprovação de Lula cair, aponta Datafolha
Taxa caiu de 70%, em novembro, para 65%, segundo o instituto. Nota dada ao governo caiu de 7,6 para 7,4 nos últimos meses.
O Instituto Datafolha divulgou nova pesquisa sobre a aprovação do governo Lula nesta sexta-feira (20). Os dados mostram que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu em relação à última pesquisa, realizada em novembro: era de 70% e agora caiu para 65%.
Nos últimos meses, com o agravamento da crise econômica, a nota dada ao governo Lula também caiu, de 7,6 para 7,4, em igual período. As informações são do jornal "Folha de S. Paulo". Entre as regiões do país, a aprovação do governo Lula - caracterizada pelas notas "bom" ou "ótimo" -, a melhor avaliação continua a ser no Nordeste (77%), seguido do Norte/Centro-Oete (64%), do Sudeste (60%) e do Sul (57%). No que se refere ao desempenho específico na área econômica, a aprovação caiu de 61%, há quatro meses, para 53%, atualmente.
Comparações
A pesquisa que ouviu mais de 11,2 mil pessoas e foi concluída na quinta-feira (12), de acordo com o Datafolha.
Apesar da queda, a aprovação de Lula continua acima dos "picos" atingidos pelos demais presidentes durante seus respectivos mandatos: a maior aprovação de Fernando Henrique Cardoso foi de 47% em 1996, enquanto os índices máximos de Itamar e Collor foram de 41% e 34%, respectivamente. Em relação à crise, 43% dos entrevistados consideraram ótima ou boa a postura do presidente Lula neste levantamento; em relação ao mesmo tema, o percentual de aprovação era de 49% no fim de 2008. Neste mês, 31% consideraram que o Brasil será muito prejudicado pela crise, índice que era de 20% em novembro do ano passado.
Segundo o diretor de estudos do Iraque do Usip, instituto norte-americano de paz, Sam Parker, a relação entre os dois países caminha para uma longa parceria, com o Iraque se tornando cada vez mais autônomo, mas continuando precisando de ajuda dos EUA. “Vai demorar anos para que os iraquianos possam operar de forma totalmente independente, pois eles precisam muito de apoio técnico e logístico nos EUA. Acredito que aos poucos o Iraque assuma o controle, mas que vá depender desse apoio norte-americano, numa parceria semelhante ao que já acontece com vários outros países da região, como o próprio Kuwait ou o Qatar”, explicou, em entrevista por telefone. “O Iraque não está pronto para ser independente, mas nós não vamos sair imediatamente”, disse ao G1 Michael O’Hanlon, do instituto Brookings. “Aos poucos, podemos ir retirando as tropas e repassando a responsabilidade da maior parte das operações para os iraquianos.”
A chave para compreender o que pode vir a acontecer no país no futuro é discutir o próprio conceito de independência. “É difícil falar em independência completa. Países como Kuwait, Egito e Qatar têm independência, mas também têm um forte envolvimento com os Estados Unidos. É difícil imaginar que os Estados Unidos vão sair completamente do Iraque, mas aos poucos ele [o Iraque] vai se tornar um ator político autônomo”, disse.
Tranquilidade
Com data marcada para a retirada das tropas norte-americanas, que invadiram o Iraque em 20 de março de 2003, o país assiste a uma queda na violência que tomou ares de guerra civil dois anos atrás. Comparado com o início de 2007, este ano viu os números da violência caírem 90%, segundo dados oficiais do Exército norte-americano. “O país já conseguiu criar uma boa estabilidade em boa parte do território. Claro que há regiões ainda fora de controle. No total, acredito que haverá eventos esporádicos de violência, mas é pouco provável que vejamos a violência crescer de forma desordenada a ponto de desestabilizar a ordem política nacional”, disse Parker.
Depois de seis anos de medo, caos e apreensão, os iraquianos começam a retomar suas vidas com um grau maior de normalidade. Correspondentes internacionais no país relatam que a população voltou a sair às ruas com freqüência e a procurar parques e lugares públicos de lazer. Uma reportagem do jornal “USA Today” mostrou que até o preço de casas começou a subir com o relativo aumento da segurança. Uma pesquisa divulgada em fevereiro pela rede de TV ABC mostrava que a relativa tranquilidade anima a população. A situação foi descrita como boa ou muito boa por 85% dos entrevistados. Quase seis em cada dez iraquianos disseram se sentir seguros em suas vizinhanças. Mesmo não havendo mais o clima de guerra civil que tomou conta do país há dois anos, não é possível falar que a vida no Iraque atingiu uma situação normal. Nas últimas semanas, novos ataques com bombas mataram mais de 60 pessoas na região de Bagdá, uma das mais controladas no país. Segundo Parker, o aumento de tropas em 2007 ajudou a estabelecer o controle do país e manter a segurança. Uma vez que isso foi feito, tropas iraquianas assumiram o controle dessas regiões. “A ação dos dois, dos americanos e dos iraquianos, ajudou a derrubar os números da violência no país.”
Mudança de foco
Seis anos depois do início da guerra no Iraque, e pouco mais de um mês após o anúncio oficial da retirada das tropas do país, a opinião pública norte-americana deixa um pouco de lado o conflito no país e passa a se preocupar mais com outra guerra, no Afeganistão. A mudança de foco começou a acontecer ainda na campanha presidencial do ano passado. Desde os debates, Obama já dizia ser mais importante enviar tropas ao Afeganistão e retirar os soldados do país que ainda estavam no Iraque.
Uma pesquisa realizada pelo jornal “USA Today” e pelo instituto Gallup neste mês mostra que 42% da população norte-americana acha que foi um erro invadir o Afeganistão. É o mais alto percentual desde o início da guerra, logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Em janeiro de 2002, apenas 6% dos americanos discordavam da invasão. A mudança de foco ocorre também na política do governo. O presidente Obama anunciou o envio de mais 17 mil soldados para o país, aumentando para 55 mil o total de militares americanos no Afeganistão. O objetivo é evitar que a al-Qaeda volte a conquistar espaço, o que aumentaria o risco de novos atentados terroristas.
Custos
Desde que iniciou a incursão no país então controlado por Saddam Hussein, em 2003, o Iraque encarou a invasão, as mortes, o caos social e político e o clima de guerra civil. Levantamentos de grupos como o Iraq Body Count apontam que mais de 99 mil pessoas morreram no país desde a invasão - os números mais conservadores falam e impressionantes 45 mil mortos. Mas os Estados Unidos também pagaram um alto preço em dólares e em vidas. Desde a invasão até o sexto aniversário, morreram 4.259 norte-americanos no país, uma média de mais de dois mortos por dia de conflito, e quase 50% a mais de que o número ce vítimas deixado pelos atentados terroristas em 11 de Setembro. Financeiramente, a guerra também deixa saldo negativo. Desde 2001, foram investidos US$ 939 bilhões (cerca de R$ 2,150 trilhões). Muito mais vai precisar ser gasto para poder retirar as tropas e ajudar os soldados iraquianos a assumirem totalmente o controle da segurança no Iraque. “Invadir o Iraque foi um erro estratégico. O país perdeu muito em vidas, em dinheiro, em credibilidade e prestígio internacional. Não valeu a pena. Claro que o Iraque pode evoluir e se tornar um importante ator regional, mas ainda acho que toda a guerra foi um erro”, sentenciou Parker.
Como a Câmara tem nove vereadores - o município tem 25 mil habitantes -, os cinco garantiriam a maioria para aprovar qualquer projeto que o prefeito enviasse para votação. Nas casas dos vereadores, a polícia encontrou armas, munição e mais de R$ 800 mil, entre cheques e dinheiro. O delegado Clóvis Rodrigues, acredita que a quantia não é proveniente da prefeitura.
Transcrições
Nas ligações transcritas pelos promotores, os vereadores prometem aprovar também as contas da prefeitura. O documento apresentado nesta quinta-feira pelos promotores mostra como eram feitas as negociações entre o prefeito Francisco Molina e o grupo de vereadores da cidade. Nele, estão registradas as transcrições de conversas gravadas sobre uma suposta cobrança de propina, para a aprovação das contas da prefeitura no exercício de 2006 e projetos de lei do Executivo.
Em um dos trechos da conversa, um dos vereadores afirmava que queria o dinheiro depositado na conta para não incomodar o prefeito. O valor da propina seria de R$ 16 mil no total. Em seguida, o vereador sugere que a retirada do dinheiro seja feita por ordens de serviço da prefeitura. Em outra negociação o valor aumenta, sobe para R$ 20 mil, e o prefeito reclama do preço. O vereador explica que os R$ 16 mil eram referentes ao mês de março e que, a partir de abril o valor do pagamento seria de R$ 20 mil. O prefeito se sente pressionado, mas o vereador diz que "a melhor opção para ele seria aceitar o acordo, para governar durante quatro anos de forma tranquila". O vereador diz também que a aprovação das contas seria imediata. Sobre esta questão, os promotores apresentaram um documento com as contas já aprovadas, antes mesmo da sessão na Câmara ser realizada. Os promotores entenderam que o prefeito não teve participação no crime, por não ter pago o valor pedido pelos vereadores. Mesmo assim, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) vai encaminhar o caso à Procuradoria Geral para analisar a conduta de Molina, e também à Justiça, que deve apurar uma suposta improbidade administrativa.
Outro lado
O prefeito não foi encontrado nesta quinta-feira na cidade. Os advogados dos outros quatro vereadores presos entraram, ainda na quarta-feira, com o pedido de habeas corpus, mas até o início da noite desta quinta-feira ainda não havia uma decisão da Justiça.
Nova técnica consegue tratar Parkinson com estímulos elétricos na coluna
Estudo liderado pelo neurocientista Miguel Nicolelis foi feito com roedores. Pesquisa pôs instituição brasileira pela 1ª vez na capa da revista "Science".
Uma nova técnica criada por uma equipe liderada por um pesquisador brasileiro e testada com sucesso em camundongos pode dar grandes esperanças aos pacientes vitimados pelo mal de Parkinson. Ela conseguiu, em roedores, eliminar os sintomas da doença ao estimular com eletricidade o sistema nervoso a partir da medula espinhal. O trabalho foi chefiado por Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. O estudo ganhou a capa da edição desta semana do periódico científico "Science". "Estamos todos celebrando aqui. É o segundo estudo da Duke a fazer a capa da revista -- e o primeiro de uma pesquisa brasileira", disse Nicolelis ao G1, destacando a participação dos pesquisadores do IINN no resultado.
Os resultados são tão promissores que os pesquisadores vão começar em breve os estudos com primatas -- os testes serão feitos em Natal -- e a expectativa é que os primeiros testes clínicos, com pacientes humanos, venham já no ano que vem.
A ideia que gerou o sucesso foi o resultado de encarar o cérebro e o mal de Parkinson de uma forma diferente da que é usualmente adotada pelos cientistas, segundo Nicolelis. "Nós estamos classificando a doença como algo da dinâmica cerebral -- mais ou menos como é a epilepsia", explica. "Isso está produzindo uma nova teoria, em que precisamos olhar o cérebro como um todo, e daí surgem as ideias que estamos tendo, não só para o Parkinson, mas para outras doenças." O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que avança de forma progressiva, causando tremores incontroláveis e espasmos, e no fim das contas leva à morte.
Os pesquisadores partiram da premissa de que os sintomas surgem quando os neurônios que compõem o sistema nervoso parecem disparar todos em uníssono, simultaneamente -- de forma similar à que acontece nos ataques epilépticos. O resultado, no caso, são os movimentos involuntários da vítima da doença. "O nosso tratamento funciona dessincronizando a ativação dos neurônios a partir de estimulação elétrica da coluna espinhal", conta Nicolelis. Procedimento semelhante, com estimulação elétrica, já é usado em pacientes, em conjunto com drogas, para aliviar os sintomas, mas o processo exige estimulação profunda do cérebro -- abre-se o crânio do sujeito e espetam-se eletrodos no interior cerebral para fazer as descargas elétricas. Procedimento delicado e difícil de fazer. Nicolelis descobriu uma forma mais efetiva e menos invasiva de obter o efeito: as descargas elétricas agora vão na medula espinhal, mais acessível. "Nós abrimos uma pequena incisão na pele do animal e cortamos um pedacinho do osso, para ter acesso à medula", diz o cientista, explicando como foram feitos os testes com roedores.
Nos experimentos, ratos e camundongos com sintomas similares aos do mal de Parkinson se mostraram muito melhores ao controlar seus movimentos após a estimulação elétrica. Daí o ânimo dos cientistas em começar logo os testes em primatas e verificar se os benefícios também podem ser estendidos a ser humanos.
"Hoje, os esforços de estimulação profunda do cérebro beneficiam apenas uma pequena parcela dos pacientes", diz Nicolelis. "Com a nossa técnica, a tendência é que a grande maioria possa se beneficiar disso." O cientista tem a esperança de que o novo tratamento possa dar às vítimas do mal de Parkinson uma vida normal por mais tempo, além de maior longevidade -- embora não seja uma cura propriamente dita. "Nossa técnica, caso funcione em humanos, poderia reduzir a dependência do paciente de grande quantidade de drogas", afirma.
Leia entrevista de Miguel Nicolelis à revista Época
Fonte: G1
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