Ex-presidente do BC vê obsessão
da esquerda “com igualdade e não com diminuição da pobreza"
Na avaliação do ex-presidente do
BC (Banco Central) Roberto Campos Neto, o IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) não é um tributo para ricos e seu aumento pode encarecer toda a
cadeia produtiva.
"Não é verdade que [o IOF]
seja um imposto para ricos. Essa não resiste a uma conta simples do aumento no
custo para uma operação de crédito pequena. Impacta toda a cadeia e encarece e
distorce o processo produtivo", disse em entrevista publicada pelo jornal
Folha de S. Paulo neste domingo (6).
Campos Neto transmitiu a chefia
do BC a Gabriel Galípolo em 1º de janeiro deste ano. Após cumprir período de
quarentena obrigatório, ele assumiu, no último dia 1º, o cargo de
vice-presidente do Conselho de Administração e Chefe Global de Políticas
Públicas do Nubank.
Ao longo da conversa com a Folha,
Campos Neto classificou também o IOF como "um imposto muito ruim".
"Não se pode dizer que o
encarecimento do crédito é para o andar de cima. Importante dizer que a partir
de agora serei uma pessoa do mundo privado", acrescentou.
Na última sexta-feira (4), a
crise do IOF ganhou um novo capítulo. O ministro Alexandre de Moraes, do STF
(Supremo Tribunal Federal), suspendeu os atos do Executivo e do Legislativo
acerca do aumento do imposto e convocou uma audiência de conciliação entre os
Poderes.
Esquerda tem "obsessão
com desigualdade"
Questionado sobre como enxerga o
cenário político da América Latina, Campos Neto avalia que há uma onda mais à
direita na região.
"Tem algo sintomático dos
regimes de esquerda no mundo, que está sendo questionado. Acredito fortemente
no axioma que diz que, quando o governo cresce, a liberdade da sociedade
diminui. As ideologias de esquerda têm uma obsessão com igualdade e não com
diminuição da pobreza", analisou o ex-chefe do BC.
"Como a igualdade não é um
fenômeno natural, o governo se vende como necessário para corrigir o
erro", completou.
Eleições 2026
Campos Neto negou ainda que pode
colaborar com uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), à Presidência da República em 2026.
"Acabei de entrar no Nubank.
Nos últimos dois anos, falaram que eu ia fazer todo tipo de coisa, ser senador,
governador, ministro, morar fora, que não me preocupava com o Brasil — o que,
aliás, não é verdade. Sempre disse a mesma coisa. Minha área de interesse é
finanças e tecnologia”, afirmou.
“Tarcísio tem dito repetidamente
que vai ser candidato a governador. Só para a gente encerrar essa especulação,
porque vou para o mundo privado. A resposta já está dada", concluiu.
CNN Brasil
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