Por Angel Morote
A noite de Rio das
Ostras sempre foi o palco de uma vitalidade singular. Já passado o feriado
em celebração à padroeira Nossa Senhora da Conceição, foi marcada por uma
intensa combinação de espiritualidade, política e debate econômico.
O dia 8 de dezembro de 2025, portanto, serviu como um
termômetro, enquanto a cidade turística celebrava suas raízes e
seus cidadãos, o centro do debate político foi tomado pela urgência de se
encontrar um equilíbrio entre a ordem pública e a vitalidade econômica de Rio
das Ostras.
É o momento em que a economia pulsa nos bares e
restaurantes, o lazer se expressa na música ao vivo e a cidade se encontra após
um dia de trabalho. No entanto, o recente Decreto 4527/2025, ao impor restrições severas de horário e som,
lançou sobre essa dinâmica uma sombra de incerteza que transcende o simples
ajuste administrativo.
O protesto vibrante visto em frente à Câmara Municipal, que
ofuscou até mesmo a celebração da nossa padroeira, não foi apenas um lamento de
empresários. Foi o clamor de uma parte significativa da nossa população:
Do empreendedor,
a voz do comerciante que vê seu negócio e seus investimentos ameaçados pela
inviabilidade de operar em horários reduzidos. A do artista e do trabalhador, o grito do músico e do garçom, que
veem seus empregos e a cena cultural da cidade evaporarem, como lamentavelmente
vimos com o fechamento de casas de shows. E do cidadão, a preocupação de quem busca na vida noturna sua forma
legítima de lazer e convívio social, agora cerceada.
O equilíbrio entre segurança
e vida. É inegável que a Ordem
Pública e a Segurança são
prioridades. O poder público tem o dever de mitigar o ruído excessivo, garantir
o descanso e combater a violência, incluindo a redução de acidentes de
trânsito, que lamentavelmente marcam as madrugadas riostrenses.
Contudo, o debate que se impõe é sobre o equilíbrio. Uma política que visa a
ordem, mas que sacrifica sumariamente a vitalidade
econômica e a pluralidade
cultural, é uma política incompleta. O fechamento abrupto de negócios
não resolve as raízes dos problemas de segurança; apenas move a vida noturna
para a informalidade, onde a fiscalização é ainda mais difícil.
A população de Rio
das Ostras merece uma noite segura, mas também uma noite que gere
empregos e ofereça opções de lazer. O desafio para a Administração Municipal é complexo, mas urgente: substituir a
restrição pela regulamentação
inteligente.
É preciso ouvir a voz do protesto e construir um novo
caminho, onde a segurança e a economia possam florescer juntas, mantendo a
pulsação única da nossa noite.

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