Segundo o governo de Nicolás Maduro, “mundo caminha para um
cenário de confronto global”
O governo da Venezuela alertou
nesta segunda-feira (22) que o bloqueio naval ordenado pelos Estados Unidos contra
petroleiros sancionados que entram ou saem do país afetará o fornecimento de
energia e advertiu que o mundo caminha para um cenário de confronto global, em
carta do presidente Nicolás
Maduro à comunidade internacional, lida pelo ministro das Relações
Exteriores, Yván Gil.
A carta denuncia o “sequestro e roubo de dois navios em
alto-mar contendo aproximadamente quatro milhões de barris de petróleo
venezuelano” e afirmou que essas intervenções, que descreveu como “atos de
agressão”, prejudicarão não apenas a Venezuela, mas também aumentarão a
instabilidade dos mercados internacionais. “A energia não pode se tornar uma
arma de guerra ou um instrumento de coerção política”, declarou.
Apelando a uma ação mais incisiva dos líderes regionais e
das organizações internacionais, Maduro alertou: “Se o uso unilateral da força,
a execução de civis, a pirataria e a pilhagem de recursos de Estados soberanos
forem tolerados, o mundo caminha para um cenário de confronto global de
proporções imprevisíveis”.
Maduro também afirmou que as ações dos EUA constituem “uma
ameaça direta à ordem jurídica internacional e à segurança global”.
Na semana passada, numa tentativa de cortar a principal
fonte de renda econômica de Caracas, Trump ordenou um bloqueio “completo” aos
petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela. Os dois navios
interceptados até o momento estavam a caminho da Ásia, segundo ex-funcionários
dos EUA.
O carregamento de navios-tanque na Venezuela caiu para o
mínimo na segunda-feira, com a maioria das embarcações transportando cargas de
petróleo apenas entre portos domésticos, de acordo com dados marítimos e fontes
citadas pela Reuters. Alguns navios que se dirigiam à costa venezuelana também
retornaram ou suspenderam a navegação nos últimos dias, segundo dados de
monitoramento da LSEG. Os contratos futuros de petróleo Brent e WTI subiram
mais de 2% pela manhã.
Em relação ao destacamento militar dos EUA no Caribe desde
agosto, sob o pretexto de combater o narcotráfico, Maduro afirmou na carta que
se trata de uma “ameaça direta do uso da força” e assegurou que a Venezuela
“não cometeu nenhum ato que justifique essa intimidação militar”.
A carta também condenou os ataques do Pentágono a
embarcações no Caribe e no Pacífico, que já deixaram mais de 100 civis mortos,
e declarou: “Esses não são incidentes isolados, mas uma prática sistemática do
uso letal da força fora de qualquer estrutura legal e internacional, e até
mesmo fora da própria Constituição dos EUA”.
Do R7

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