O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu, nesta segunda-feira (20), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi convidado para assumir o comando da pasta, responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais.
“Convidei o deputado
@GuilhermeBoulos para assumir o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República. Ele vai substituir o companheiro @MarcioMacedoPT na
função, a quem agradeço por todo o trabalho realizado para a ampliação e o fortalecimento
da participação social em nosso governo. A nomeação de Boulos sai amanhã no
Diário Oficial”, escreveu Lula em suas redes sociais.
A mudança tem caráter estratégico
e político. O presidente busca reaproximar o governo da militância e da
juventude, em um movimento que aliados interpretam como uma tentativa de
reforçar os laços com a “base social” do PT em ano pré-eleitoral.
A decisão foi confirmada após
reunião no Palácio do Planalto, que contou com a presença de Macêdo, Boulos e
os ministros Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa
(Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social). Segundo o
Planalto, a nomeação de Boulos será publicada no Diário Oficial da
União nesta terça-feira (21).
Mais cedo, o deputado participou
de um evento no Planalto, sentado na primeira fila. Já Márcio Macêdo não
compareceu à cerimônia, na qual Lula lançou uma nova linha de crédito para
reforma de casas.
A demissão encerra uma gestão
marcada por críticas internas. Desde o primeiro ano de governo, Lula vinha
cobrando mais resultados do ministro. Em dezembro de 2023, durante o “Natal dos
Catadores”, o presidente pediu “menos discurso e mais entrega”. No 1º de Maio
do mesmo ano, chegou a repreender publicamente Macêdo: “Márcio, esse ato está
mal convocado. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de
gente que era preciso levar”.
Em julho de 2024, Lula voltou a
cobrar maior engajamento. “Eu tenho muita preocupação porque a gente cria muita
reunião interministerial. […] É preciso que todos os ministros participem, e
você [Márcio Macêdo] tem a responsabilidade de pegar o telefone e ligar para
cada ministro”, disse.
Apesar das críticas, Lula
reconheceu o trabalho do ministro na organização do G20 Social, realizado no
Rio de Janeiro, que reuniu representantes da sociedade civil e serviu de modelo
para a edição seguinte do encontro, na África do Sul.
Com a saída de Macêdo, já
são 11 ministros que deixaram o governo Lula desde 2023,
totalizando 13 trocas no comando de pastas federais. As mudanças
fazem parte de uma reestruturação política que também envolveu as saídas de
Flávio Dino, Nísia Trindade, Cida Gonçalves, Paulo Pimenta e Carlos Lupi, entre
outros.
Guilherme Boulos, por sua vez, é
deputado federal mais votado de São Paulo, com mais de 1 milhão de votos em
2022, e mantém forte ligação com os movimentos populares. Ex-coordenador
nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Boulos disputou duas
vezes a Prefeitura de São Paulo, em 2020 e 2024, chegando ao segundo turno em
ambas, com apoio de Lula.
Ao anunciar o novo ministro, o
presidente reforçou a linha política que pretende seguir: “O que queremos é mostrar
ao mundo que precisamos fortalecer o multilateralismo, baseado na boa relação
cordial, comercial, econômica e, sobretudo, pacífica. Sem ódio, sem
negacionismo e sem ferir o princípio básico da democracia e dos direitos
humanos.”
Gazeta Brasil

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