O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (3) que o governo brasileiro quer acelerar a regulação das redes sociais. Segundo ele, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, será responsável por receber um representante da China para discutir o tema. A declaração foi feita durante entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto.
“Quem tem conversado sobre comunicação está
aqui desse lado [apontando para o ministro Sidônio Palmeira]. Quando eu for
embora, ele responde à pergunta. Mas eu fiz questão de conversar com o
presidente Xi Jinping sobre a necessidade de a gente ter uma pessoa para
discutir essa questão do que se fazer na regulação e no tratamento dessas
empresas de aplicativo, porque não é possível que o mundo seja transformado em
um banco de mentira, e que vocês que são jornalistas têm que ficar desmentindo
notícias que falam sobre as coisas. Muitas vezes até de notícias que vocês
dão”, declarou Lula.
O presidente disse que a
regulação das plataformas digitais deve ser feita com ampla participação
social. Em crítica indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula afirmou
que não se pode usar a liberdade de expressão como escudo para crimes e ataques
à democracia.
“Eu conversei com o Mauro Vieira,
recebi uma carta do Xi Jinping, e ele ficou de mandar uma pessoa para
conversar. Quando ela vier, é o Sidônio que vai recebê-la. E nós queremos
apressar a regulação da forma mais democrática possível, ouvindo a sociedade brasileira,
porque não é possível que um cara tente dar um golpe de Estado no dia 8 de
Janeiro de 2023 neste país e diga que isso é liberdade de expressão. [Não é
possível] que um cidadão pode ofender uma pessoa com as maiores mentiras
absurdas e fala que isso é liberdade de expressão. Liberdade de expressão
significa respeito”, disse.
O debate sobre a regulação das
redes sociais ganhou novo fôlego no governo federal após a primeira-dama Janja
da Silva levantar o tema em conversa com o presidente chinês Xi Jinping, em
maio. Na ocasião, ela mencionou possíveis impactos negativos do TikTok,
aplicativo de vídeos controlado pela chinesa ByteDance. A fala gerou
repercussão internacional e relatos de que teria causado desconforto
diplomático.
Enquanto isso, no Supremo
Tribunal Federal (STF), o julgamento sobre a responsabilidade das plataformas
digitais por conteúdos publicados por usuários será retomado nesta quarta-feira
(4). A Corte analisa se o artigo 19 do Marco Civil da Internet — que estabelece
que conteúdos só devem ser retirados mediante ordem judicial, com exceções — é
constitucional.
Os ministros também vão deliberar
sobre a possibilidade de responsabilização de provedores por danos causados por
postagens ofensivas, que incitem o ódio ou disseminem desinformação, a partir
de notificações extrajudiciais. O caso estava parado desde o fim de 2024,
quando o ministro André Mendonça pediu mais tempo para analisar os processos e
agora os devolveu para julgamento.
Gazeta Brasil

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