Israel confirmou neste sábado (21) um novo ataque aéreo contra instalações nucleares do Irã localizadas na cidade de Isfahan, em meio à escalada do conflito no Oriente Médio. Esta é a segunda ofensiva contra o mesmo complexo desde o início das hostilidades em 13 de junho.
Horas antes, a imprensa estatal
iraniana já havia noticiado uma série de explosões na região. A agência Fars
citou um responsável de segurança que atribuiu as detonações a bombardeios
israelenses, acrescentando que não houve vazamento de materiais perigosos. As
autoridades iranianas afirmaram que a maioria das explosões foi causada pela
ativação das defesas aéreas locais.
Segundo o governo israelense, o
alvo principal da operação foi a área de produção de centrífugas utilizadas no
enriquecimento de urânio, uma etapa crucial na obtenção de material nuclear.
Militares de Israel afirmaram que o ataque representa “mais um golpe à
capacidade do regime iraniano de avançar em seu programa nuclear”.
Israel reforça pressão militar
contra o Irã
O bombardeio deste sábado repete
a estratégia adotada no primeiro dia da guerra, quando Israel lançou a chamada
“Operação Leão Nascente”, uma ofensiva aérea voltada a impedir que o Irã
desenvolva armas nucleares. Em resposta, Teerã lançou drones e mísseis contra
alvos israelenses, aumentando os temores internacionais sobre uma possível
guerra em larga escala.
A tensão crescente preocupa
especialmente pela proximidade dos combates com áreas sensíveis, como
instalações nucleares, o que eleva o risco de incidentes com consequências
potencialmente catastróficas.
Trump diz que não pedirá trégua a
Israel
Em meio à escalada militar, o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na sexta-feira que não
pretende pressionar Israel a suspender os ataques. Em fala a jornalistas em
Nova Jersey, Trump afirmou que seria “muito difícil” pedir a interrupção das
ações enquanto Israel “mantém vantagem militar” e “está se saindo bem na
guerra”.
“É difícil pedir para alguém parar quando
sente que está vencendo”, disse o presidente. Ele também minimizou o papel da
Europa nas negociações e defendeu que o Irã prefere dialogar diretamente com
Washington. “A Europa não será capaz de ajudar com isso”, afirmou.
Prazo para possível intervenção
militar americana
Trump impôs um limite de duas
semanas para decidir se os EUA participarão diretamente do conflito. Segundo
ele, a definição pode vir antes, caso o Irã não apresente sinais claros de que
está desmontando seu programa nuclear. “Estou dando um prazo, e diria que duas
semanas seria o máximo”, disse.
O presidente reiterou que o
objetivo de Washington é forçar o Irã a abandonar qualquer iniciativa de
enriquecimento de urânio. “Eles estão sentados sobre uma das maiores reservas
de petróleo do mundo. Eu não entendo por que precisam de energia nuclear para
fins civis”, questionou.
Negociações e impasse diplomático
Enquanto isso, o chanceler
iraniano Abbas Araqchi, que participa de conversas em Genebra, afirmou que só
voltará à mesa de negociações com os EUA caso os bombardeios cessem — condição
rejeitada por Trump. A Casa Branca insiste que está disposta a dialogar, mas
sem aceitar imposições durante a escalada militar.
Desde o início dos ataques, em 13
de junho, Israel já realizou bombardeios em diferentes regiões do Irã,
incluindo Teerã e outras áreas estratégicas ligadas ao programa nuclear. A
ofensiva precede uma nova rodada de negociações entre diplomatas iranianos e
americanos, prevista para acontecer em Mascate, Omã.
Embora o presidente Trump
reconheça que Israel não tem capacidade plena para eliminar todas as
instalações nucleares iranianas, ele defende que a ofensiva é um passo
necessário. O impasse permanece sem sinal de trégua, enquanto a comunidade
internacional acompanha com atenção a possibilidade de uma escalada ainda maior
no Oriente Médio.
Gazeta Brasil

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