Haddad apresentou plano que inclui cortes de R$ 30 bilhões em despesas e busca por R$ 20 bilhões em receitas adicionais. Diogo Zacarias/MF
Ministro da Fazenda se reuniu com
Hugo Motta e Davi Alcolumbre para discutir a alta do imposto, anunciada pelo
governo na semana passada como alternativa de elevar a arrecadação e equilibrar
as contas públicas
Na última quarta-feira (28), o
ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, se reuniu com os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta
e Davi Alcolumbre, para discutir a necessidade de um aumento no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Durante o encontro, Haddad enfatizou que a manutenção da máquina pública
poderia ser comprometida sem essa elevação, que tem como objetivo aumentar a
arrecadação e equilibrar as contas do governo. Haddad apresentou um plano que
inclui cortes de R$ 30 bilhões em despesas e a busca por R$ 20 bilhões em
receitas adicionais para atender às metas fiscais estabelecidas. Ele alertou
sobre as implicações negativas que a rejeição da proposta poderia trazer, como
a necessidade de um contingenciamento ainda maior nos gastos públicos.
“São R$ 30 bilhões de cortes de
despesas, sendo R$ 10 bilhões de bloqueio e R$ 20 bilhões de contingenciamento,
e R$ 20 bilhões de receitas adicionais para cumprir as metas fiscais. Expliquei
as consequências em caso de não aceitação da medida [do IOF], o que acarretaria
em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num patamar bastante
delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública do Estado
brasileiro”, declarou o ministro.
Apesar das discussões, não houve
um compromisso claro dos presidentes em pautar os mais de 20 Projetos de
Decreto Legislativo (PDLs) que visam revogar o aumento do imposto. Motta,
embora tenha considerado a elevação infeliz, sugeriu que o foco deveria ser em
medidas mais estruturais. Por sua vez, Alcolumbre criticou a ação do governo,
alegando que esta usurpa poderes legislativos.
Randolfe Rodrigues, líder do
governo no Congresso, expressou ceticismo quanto à possibilidade de os
presidentes pautarem os PDLs na próxima semana. Ele mencionou que a equipe da
Fazenda recebeu sugestões de representantes do setor bancário e dos presidentes
das casas legislativas, mas não forneceu detalhes sobre essas propostas.
O aumento do IOF tem gerado
descontentamento entre diversos setores, incluindo parlamentares e empresários,
que fazem parte da base aliada do governo. A medida é vista como uma tentativa
de contornar a crise fiscal, mas enfrenta resistência significativa no
Congresso e entre os agentes econômicos.
JP

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