Fundador da facção ADA também
teria se aliado a André Boto, líder a milícia em Curicica; entenda
Rio - Celso Luís Rodrigues, o
Celsinho da Vila Vintém, firmou um pacto com Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, um dos chefes do
Comando Vermelho (CV), facção rival da que ele próprio fundou, a Amigos dos
Amigos (ADA). A aliança era uma tentativa de expandir o domínio
territorial e o comércio de drogas na Zona Oeste. A informação foi revelada
pelo secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, após a prisão de Celsinho na manhã desta
quinta-feira (8).
De acordo com as investigações,
Celsinho iniciou a ofensiva ao formar uma aliança com André Costa Bastos, o
Boto, líder da milícia em Curicica, também na Zona Oeste. Mesmo preso em um presídio federal desde março de 2021,
Boto teria aceitado o acordo e cedido o controle de algumas comunidades da
região. Em seguida, para ampliar ainda mais a atuação do tráfico na área,
Celsinho procurou Doca.
Edgar Alves de Andrade, de 54 anos, é considerado um dos traficantes de alto
escalão ainda em atividade no Comando Vermelho. Ele está foragido da Justiça do
Rio.
"Havia uma aliança estratégica entre Celsinho, Doca e Boto, ou seja, ADA,
CV e milicianos, para tomar regiões da Zona Oeste. E o nosso objetivo é impedir
a expansão do CV na região", afirmou o secretário Felipe Curi. Segundo
ele, a união buscava o domínio de comunidades como Realengo, Jardim Novo e
Minha Deusa, que se tornaram "pontos de apoio" para o crime
organizado no Rio de Janeiro.
Criação de porcos seria fachada, segundo a polícia
Celsinho da Vila Vintém é
considerado um dos traficantes mais perigosos dos anos 1990. Preso há 20 anos,
ele foi libertado em 2022. Além do tráfico, responde por
diversos crimes, como roubos a banco e homicídios. Criador da facção ADA, ele
tem um histórico de fugas do sistema prisional.
Fora da prisão, Celsinho afirma ter deixado a vida no crime e diz que
atualmente tem criação de porcos na Zona Oeste. A Polícia Civil, no entanto,
acredita que essa atividade seja apenas uma fachada para manter sua influência
no tráfico.
"A gente sabe que é um trabalho difícil comprovar e reunir evidências
contra alguém que saiu da cadeia com a imagem de reabilitado, como um simples
criador de porcos. Mas, na realidade, tudo isso era uma fachada para continuar
comandando uma das facções do Rio", disse o secretário de Segurança Pública,
Victor Santos.
Defesa nega envolvimento com o
crime
O advogado de Celsinho, Max
Marques, afirmou que seu cliente foi surpreendido com a decisão judicial que
determinou a prisão. Ele garante que Celsinho não tem mais envolvimento com atividades
ilegais e vive exclusivamente da criação de porcos. "Ele vai sempre
carregar o nome daquela comunidade, é um folclore, mas não tem mais nenhuma
ligação com o crime. Atualmente, trabalha com criação de porcos", disse o
advogado.
A defesa afirma que ainda não teve acesso aos autos do processo. "Não
tivemos acesso às investigações, mas acreditamos que se trata de mais uma
tentativa de criminalização baseada no passado dele. Tudo será esclarecido na
Justiça, e vamos entrar com os documentos para pedir sua soltura",
concluiu.
O Dia
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