O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor uma nova tarifa de 50% sobre produtos importados da China caso o governo de Pequim não reverta, até esta terça-feira (8), um aumento de 34% nas taxas aplicadas a produtos norte-americanos. A medida foi classificada por Trump como uma retaliação “inaceitável” à sua política comercial.
Em publicação feita nesta
segunda-feira (7) na rede social Truth Social, o republicano acusou a China de
manipulação cambial, subsídios ilegais e tarifas historicamente elevadas.
“Qualquer país que retaliar os Estados Unidos com tarifas adicionais será
penalizado com tarifas ainda mais altas”, escreveu.
Se não houver recuo por parte de
Pequim, as novas tarifas deverão entrar em vigor no dia 9 de abril de 2025.
Além disso, Trump anunciou a suspensão de todas as negociações com a China,
inclusive reuniões solicitadas por autoridades chinesas, e afirmou que
priorizará acordos com outras nações.
A escalada nas tensões comerciais
ocorre poucos dias após os EUA imporem uma tarifa universal de 10% sobre todas
as importações, afetando os principais parceiros comerciais do país e gerando
instabilidade nos mercados globais.
Impacto global e riscos de
recessão
A repercussão foi imediata nas
bolsas internacionais. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 4,3%, enquanto o
Nikkei 225, de Tóquio, recuou 3,8%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, teve queda
de 2,9% e o CAC 40, de Paris, caiu 3,1%.
A escalada nas tarifas levou
instituições financeiras a reverem suas projeções para a economia dos EUA. O
banco Goldman Sachs elevou de 35% para 45% a probabilidade de uma recessão no
país, citando incertezas políticas e queda na confiança empresarial. A
estimativa de crescimento negativo para o terceiro trimestre de 2024 subiu de
15% para 45%.
Outras instituições seguiram a
tendência: o JPMorgan Chase aumentou para 60% a chance de recessão, enquanto a
S&P Global ajustou sua previsão de 25% para até 35%.
Apelo à resistência e crítica à
China
Em seus posts, Trump classificou
a China como o “maior abusador de todos” nas relações comerciais e disse que o
país “se aproveitou dos EUA por décadas”. Ele também acusou administrações
anteriores de terem sido coniventes com um cenário de desequilíbrio comercial.
O presidente defendeu sua
política tarifária, afirmando que “os preços do petróleo, alimentos e juros
estão em queda” e que os EUA estão arrecadando “bilhões de dólares por semana”
com os impostos sobre importações. Ele também pressionou o Federal Reserve por
cortes mais rápidos nas taxas de juros para sustentar a economia.
Antes da abertura da Bolsa de
Nova York, Trump convocou os americanos a “serem fortes, corajosos e
pacientes”. Segundo ele, “os Estados Unidos têm agora a oportunidade de fazer o
que deveria ter sido feito décadas atrás”.
Novas negociações em curso
Apesar das tensões com a China,
Trump revelou que diversos países entraram em contato com a Casa Branca para
discutir novos parâmetros comerciais. Ele afirmou ter conversado com o
primeiro-ministro do Japão, que teria se comprometido a enviar uma equipe de
alto nível para negociar. “Tudo precisa mudar, principalmente com a China”,
finalizou.
Gazeta Brasil
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