A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a subir e alcançou 450,6% ao ano em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Banco Central. O número representa um aumento de 9,6 pontos percentuais em relação a janeiro e é o maior já registrado para o mês desde 2017.
Na prática, isso significa que
uma dívida de R$ 800 no cartão de crédito feita há um ano pode se transformar
em um débito total de R$ 4.404,80 caso o consumidor não quite a fatura dentro
do prazo, um aumento de mais de cinco vezes.
Apesar da escalada dos juros,
desde janeiro está em vigor uma norma aprovada pelo Congresso Nacional que
limita os encargos do rotativo a, no máximo, 100% do valor original da dívida.
Ou seja, se o consumidor atrasar o pagamento de R$ 200, o valor final a ser
cobrado não pode ultrapassar R$ 400.
Ainda assim, o Banco Central
mantém a divulgação da taxa média anual como referência estatística. De acordo
com Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas da instituição, os
dados seguem importantes para medir a velocidade de alta ou queda dos juros no
mercado.
“O valor divulgado é uma projeção anual
baseada nas taxas cobradas ao mês. Na maioria dos casos, o consumidor não fica
um ano inteiro no rotativo, o que reduz o impacto prático desses números, mas
eles seguem como referência importante”, explicou Rocha.
Cheque especial também sobe e
chega a 144,4% ao ano
Outra linha de crédito que também
apresentou alta significativa em fevereiro foi o cheque especial, com juros
médios de 144,4% ao ano. Isso representa um aumento de 8,8 pontos percentuais
em relação ao mês anterior. Uma dívida de R$ 800 não quitada por um ano pode
mais que dobrar, chegando a R$ 1.955,20.
Empréstimo consignado se
mantém como opção mais barata
Na contramão das linhas mais
caras, o empréstimo consignado, que tem desconto direto na folha de pagamento,
continua sendo a alternativa com menores taxas. Em fevereiro, a taxa média
anual foi de 25,1%, estável em relação aos meses anteriores. No entanto, o
índice é o maior para o mês desde 2023.
As taxas variam conforme o perfil
do tomador: beneficiários do INSS pagam, em média, 23,6% ao ano; servidores
públicos, 24,7%; e trabalhadores da iniciativa privada enfrentam juros mais
altos, de 41% ao ano.
Gazeta Brasil
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