Auditoria interna na empresa
revelou fraudes com cartões de transporte; farmacêutico do grupo também é
investigado por posse de remédios controlados e falsificação de receitas.
Uma ação conjunta da Polícia
Civil da 151ª DP de Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, e agentes do 11º
BPM resultou, na última sexta-feira (4), na prisão em flagrante de quatro
pessoas, entre elas, um farmacêutico, que atua no Hospital Municipal Raul
Sertã, por envolvimento em um esquema de desvio de recursos de uma empresa da
cidade.
Os crimes incluem estelionato,
organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação indébita qualificada.
Segundo a Polícia, o grupo atuava
de forma organizada há meses, usando cartões de transporte emitidos de forma
fraudulenta para obter passagens em guichês de empresas de ônibus e revender os
bilhetes. O esquema teria causado um prejuízo de aproximadamente R$ 540 mil à
empresa.
De acordo com a investigação, um
dos suspeitos ocupava um cargo de confiança na empresa e foi responsável por
emitir cerca de 250 cartões em nome de supostos funcionários que nunca
existiram.
Esses cartões eram usados em
guichês de transporte, com a conivência de servidores, para emitir passagens
que eram revendidas de forma irregular.
A investigação revelou ainda que
dois dos envolvidos atuavam diretamente na venda dos bilhetes, inclusive em um
guichê da Rodoviária de Duas Barras.
Testemunhas relataram ter
comprado passagens no momento em que a polícia realizou as prisões. Uma das
pessoas, inclusive, foi ouvida após adquirir dez bilhetes no local.
Na casa de um dos investigados,
que também atua como farmacêutico no Hospital Municipal Raul Sertã, a polícia
apreendeu 572 medicamentos de uso controlado, além de receitas e carimbos
médicos falsificados. A origem e o destino dos remédios serão investigados em
procedimento próprio.
Diante da gravidade dos fatos, o
vereador Cláudio Damião anunciou que apresentará, na próxima terça-feira (8),
uma proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis
irregularidades na gestão da Farmácia do Hospital Municipal Raul Sertã.
A proposta inclui investigar o
controle no pagamento de horas extras, o descarte de medicamentos vencidos e a
responsabilidade de gestores públicos.
Segundo o vereador, o servidor
preso foi contratado em 2022 com salário base de R$ 1.800,00, mas chegou a
receber valores superiores a R$ 9 mil em alguns meses, principalmente por horas
extras.
A instauração da CPI depende do
apoio de, pelo menos, sete vereadores da Casa.
Por Nathalia Rebello, g1 —
Nova Friburgo
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