Senador também esclareceu que sua oposição à medida não tem relação com cálculo eleitoral, já que, em sua avaliação, Bolsonaro seria o nome mais frágil da oposição diante dede uma candidatura de Lula à reeleição
Jaques Wagner, que
ocupa a liderança do governo no Senado, manifestou sua firme oposição ao
projeto de lei que propõe anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de
janeiro de 2023. Para ele, essa proposta representa uma ameaça à democracia.
“Comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto da anistia em qualquer
hipótese”, declarou. Caso a proposta avance no Congresso, o senador avalia que
isso indicaria uma completa desconexão da classe política com a gravidade do
episódio: “Eu tenho preocupação se a Câmara entender que é digno de anistia
aquilo que foi feito no 8 de janeiro. Aí eu acho que a classe política pirou.
Então, eu não acredito que passe o projeto da anistia”, disse o líder do
governo no Senado em entrevista ao jornal Valor Econômico.
O senador também fez questão de
esclarecer que sua oposição à medida não tem relação com cálculo eleitoral, já
que, em sua avaliação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
seria o nome mais frágil da oposição diante de uma candidatura à reeleição do
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). “Estou pouco me lixando se Bolsonaro vai ser ou não
vai ser candidato. Não quero que façam com ele o que fizeram com Lula, eu quero
que ele tenha pleno direito de defesa, todos eles”, acrescentou. Para o
senador, o nome de Bolsonaro tem um alto índice de rejeição, o que poderia até
ser visto como vantajoso para o PT em relação às eleições de 2026.
Questionado sobre o fato de 146
deputados da base governista terem apoiado a urgência do projeto, Wagner
atribuiu a movimentação à pressão das redes sociais. Exibindo o celular, ele
indicou que a mobilização digital tem pesado nas decisões dos parlamentares, a
ponto de terem assinado o requerimento de urgência por medo da repercussão.
“Não tem nada a ver com a base do governo. Isso tem a ver com isso aqui [mostra
o celular], uma gente que é escravo da rede social, que ouviu ‘assine, assine,
assine'”, destacou.
O senador acrescentou que o
governo não tem apresentado contrapartida para reverter essa relevância que os
parlamentares dão às solicitações vindas das redes. Ele destaca que as emendas
parlamentares cumprem papel importante neste aspecto: “Não se trata da base do
governo. Se trata de saber o seguinte: os deputados se movimentam em torno do
quê? Eles se movimentam em torno do governo ou das emendas? Esse que é o
problema. Quanto tem cada deputado? Eu digo o chão de fábrica. Porque alguns
têm mais de R$ 80 milhões [em emendas parlamentares]”, destacou Wagner.
Questionado se o modelo das
emendas deve ser mudado, disse que o País teve quatro anos de “ausência de
política”. Para ele, ela foi substituída por esse “pragmatismo das emendas” e
alguns deputados às veem como “direito adquirido”.
Popularidade do governo
Para Jaques Wagner o ponto mais
importante para a impopularidade do governo Lula são os preços dos alimentos.
Segundo ele, tal fato tem pouca ou nenhuma relação com a atuação do governo,
que está entregando números “excepcionais”. “Dói muito mais no povo a carestia
do que as pautas identitárias, e o pessoal do outro lado começou a bater. Eles
estão batendo porque eles querem que o presidente Lula chegue na eleição o mais
fragilizado possível”, afirmou.
PEC da Segurança Pública
Wagner entende que a PEC tem
condições de ser aprovada e de entregar a resposta que a população tem pedido
sobre o tema. “O povo não nos julga pelo problema, nos julga pela nossa postura
frente ao problema. […] A droga está aí porque virou um negócio trilhardário do
mundo. Mas, seguramente, se daqui para o ano que vem medidas forem tomadas, aí
a avaliação já é outra”, destacou.
JP
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