O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (9) a elevação das tarifas para o aço e alumínio de todos os países, com a imposição de uma taxa de 25% sobre os produtos. A medida será formalizada nesta segunda-feira (10) e afetará diretamente os principais parceiros comerciais, incluindo o Brasil, que terá vendas impactadas em até US$ 6 bilhões.
O Brasil, junto com a Coreia do
Sul, México e Canadá, está entre os países mais prejudicados pela decisão. Em
resposta à declaração de Trump, o Ministério das Relações Exteriores
(Itamaraty) informou que não se pronunciará sobre o assunto por enquanto.
Em conversa com jornalistas a
bordo do Air Force One, a bordo de sua viagem para Nova Orleans, Trump
confirmou a ampliação das tarifas tanto para o aço quanto para o alumínio.
“Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, afirmou o
presidente, reforçando a medida, que afetará especialmente os grandes
fornecedores destes produtos aos Estados Unidos.
O Brasil já enfrentou tarifas
similares em 2018, quando Trump impôs uma taxa de 25% sobre o aço e 10% sobre o
alumínio, medida que na época gerou a ameaça de desligamento de fornos e
demissões no setor siderúrgico brasileiro. Porém, no segundo semestre daquele
ano, o governo dos EUA revogou as tarifas para o Brasil e outros países, como
Canadá, México, Reino Unido e União Europeia, criando uma exceção temporária
para certos parceiros comerciais.
Agora, com a nova rodada de
tarifas, o Brasil, que representa cerca de 1,3% das importações dos EUA,
novamente será impactado. Durante o primeiro mandato de Trump, o Brasil se
beneficiou de cotas de isenção de tarifas, como no caso do etanol, que teve a
alíquota de importação zerada. No entanto, essa isenção foi revista em 2023,
quando as tarifas sobre o etanol brasileiro retornaram para 18%.
Trump também anunciou que, entre
terça-feira (11) e quarta-feira (12), divulgará sua nova política comercial,
baseada no princípio da reciprocidade. A medida visa taxar países que aplicam
tarifas contra os produtos americanos, algo que, segundo o presidente, não pode
continuar sem ser reequilibrado. “Se eles estão nos cobrando 130% e nós não
estamos cobrando nada deles, isso não vai continuar assim”, afirmou.
Em 2020, as exportações de ferro,
aço e alumínio do Brasil para os EUA somaram US$ 3,03 bilhões, com destaque
para o ferro fundido, ferro e alumínio. A exportação de produtos siderúrgicos e
metalúrgicos, que corresponde a cerca de 40,8% do total exportado pelo Brasil
em 2024, segue para os Estados Unidos como o maior destino de ferro e aço e a
segunda maior posição no setor de alumínio.
Gazeta Brasil
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