Um cubano que participou das manifestações de 11 de julho de 2021 faleceu em uma prisão de Havana, tornando-se o terceiro prisioneiro morto relacionado a essas protestos históricos, informaram na segunda-feira duas organizações de direitos humanos.
A Justiça 11J, uma ONG com sede
no México, disse em sua conta no X (antigo Twitter) que “soube da recente morte
na prisão do manifestante do 11J (…) Manuel de Jesús Guillén Esplugas, que
estava detido” no Combinado do Este, uma prisão em Havana.
Guillén, de 30 anos e membro da
ilegalizada organização oposicionista União Patriótica de Cuba (UNPACU), morreu
no sábado após tentar fugir da prisão e ser capturado, informou à agência de
notícias AFP Camila Rodríguez, diretora da Justiça 11J.
Rodríguez detalhou que, de acordo
com relatos obtidos pela ONG junto aos familiares de Guillén e de outros
presos, os guardas o agrediram, deixando “marcas no corpo como evidência”.
“Depois, as próprias autoridades da prisão
espalharam a versão de que ele havia se enforcado em uma cela de castigo e que
se tratava de suicídio”, acrescentou Rodríguez.
Em um vídeo que circula nas redes
sociais, é possível ver os familiares de Guillén ao lado de uma maca na qual
ele está morto.
“Me mataram ele, deram golpes e me mataram”,
diz uma mulher que afirma ser sua mãe no vídeo, cuja autenticidade não pôde ser
confirmada pela AFP.
A ONG Cubalex, com sede em Miami,
também informou na segunda-feira sobre a morte de Guillén Esplugas e ressaltou
que identificou um “padrão” no “uso excessivo de força” por parte de agentes do
Estado. Outras fontes informaram que a agressão teria ocorrido em uma cela de
castigo, após a captura de Guillén durante a tentativa de fuga.
A ONG pediu uma investigação
independente e minuciosa para esclarecer as circunstâncias da morte.
“O jovem teria sido brutalmente
espancado pelos guardas da prisão, conforme denunciado por sua mãe. A agressão
ocorreu em uma cela de castigo após uma tentativa frustrada de fuga, de acordo
com o relatório da Justiça 11J”, afirmou a ONG.
Os familiares do líder opositor
José Daniel Ferrer, também preso em 11 de julho de 2021, denunciaram em
novembro que ele foi “brutalmente espancado”, o que gerou um confronto de
acusações entre as autoridades de Cuba e dos Estados Unidos.
De acordo com a Justiça 11J, este
é o terceiro manifestante a falecer enquanto cumpria pena. O primeiro foi Luis
Barrios Díaz, em novembro de 2023, e o segundo foi Yosandri Mulet Almarales, em
26 de agosto deste ano.
Segundo dados oficiais, cerca de
500 manifestantes foram condenados a penas de até 25 anos por participar dos
protestos de julho de 2021. Alguns foram libertados após cumprirem suas penas.
Organizações de direitos humanos
e a embaixada dos Estados Unidos na ilha contabilizam até mil pessoas como
“presos políticos”.
O governo cubano nega a
existência de presos políticos na ilha e acusa os opositores de serem
“mercenários” dos Estados Unidos.
(Com informações da AFP)
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