‘Para me atingir, alguém teria que disparar
através das notícias falsas, e isso não me incomoda tanto; não me incomoda’,
declarou o republicano, rindo, neste domingo (3) na Pensilvânia
Donald Trump voltou
a agitar o fantasma de fraude eleitoral neste domingo (3), enquanto sua
adversária Kamala
Harris pediu para “virar a página” e “curar a divisão” nos Estados
Unidos, a dois dias de uma acirrada eleição presidencial. Apesar de não haver
evidências de fraude eleitoral significativa, o ex-presidente afirmou na
Pensilvânia que os democratas “lutam muito para roubar” as eleições. Ele
relembrou a tentativa de assassinato contra ele em julho e acrescentou que,
para que isso se repetisse, a bala teria que atravessar a multidão de meios de
comunicação.
“Para me atingir, alguém teria
que disparar através das notícias falsas, e isso não me incomoda tanto. Não me
incomoda”, declarou, rindo. Na reta final, cresce o medo de uma possível
explosão de violência caso Trump perca e se recuse a reconhecer a derrota, como
fez em 2020. Kamala afirmou neste domingo em Michigan que as acusações têm o
objetivo de fazer as pessoas acreditarem que “seu voto não terá importância”,
mas que ela “determinará o resultado”.
A Pensilvânia é um dos mais
cobiçados dos sete Estados-pêndulo, aqueles que não são redutos nem do Partido
Republicano, nem do Democrata, e que costumam ser decididos por somente uma dezena
de milhares de votos. Na Pensilvânia, onde vivem centenas de milhares de
porto-riquenhos, Trump pode pagar caro pelo comentário de um humorista que, em
um de seus comícios, afirmou que Porto Rico é como uma “ilha flutuante de
lixo”.
“Corrupta”
“Estou competindo contra uma
pessoa totalmente corrupta; na verdade, não estou competindo contra ela, mas
contra uma máquina corrupta chamada Partido Democrata, um partido totalmente
corrupto”, afirmou Trump neste domingo (3). Ele pediu que seus apoiadores “sonhem
grande”. Se vencer, afirmou, “os Estados Unidos serão maiores, melhores, mais
audaciosos, mais ricos, mais seguros e mais fortes do que nunca”, porque
acabará com a inflação e irá deter “a invasão” de migrantes. O candidato
republicano também voltará à Carolina do Norte (que ele já visitou duas vezes
no sábado) e viajará à Geórgia.
Neste domingo, Kamala aposta tudo
em Michigan, um símbolo do “cinturão da ferrugem”, região do Meio Oeste
americano marcada pela decadência industrial. “Vamos virar a página e escrever
o próximo capítulo da nossa História, um capítulo baseado em um plano divino
suficientemente grande para abarcar todos os nossos sonhos”, “suficientemente
forte para curar a divisão” e “suficientemente audacioso para abraçar a
possibilidade do plano de Deus”, disse ela em uma igreja cristã neste
estado-pêndulo.
A ex-senadora,
que afirmou ter votado pelo correio, está numa disputa acirrada
com Trump. A última pesquisa do New York Times/Siena mostra algumas mudanças
nos Estados em disputa, mas os candidatos seguem tecnicamente empatados, dentro
da margem de erro. No sábado, uma pesquisa respeitada colocou a vice-presidente
democrata três pontos à frente do ex-presidente republicano em Iowa, onde o
conservador venceu em 2016 e 2020. “Foi feita por um dos meus inimigos”, acusou
Trump neste domingo em um comício na Pensilvânia.
Opções opostas
Mais de 77,3 milhões de pessoas
já votaram antecipadamente nestas eleições fora do comum, marcada pela
desistência do presidente Joe Biden de disputar a reeleição em julho, cedendo
às pressões de seu partido, e das duas tentativas de assassinato contra Trump.
A expectativa é altíssima, com duas opções em polos ideológicos opostos. Kamala
chama Trump de “fascista”. Ele, por sua vez, a tacha de “marxista” e
“comunista”.
Para além da retórica eleitoral,
Kamala fez uma campanha focada no centro, enquanto Trump é o orgulhoso líder do
movimento “Make America Great Again” (MAGA, sigla em inglês para Tornar os
Estados Unidos Grandes Outra Vez). O republicano é o primeiro ex-presidente
condenado criminalmente e com quatro acusações pendentes. É possível que seja
preciso esperar vários dias para conhecer o nome do vencedor.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira
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