‘Em que processo eleitoral no mundo você pode
esperar três semanas para conhecer as evidências que garantem um resultado?’,
disse Francisco Guerrero, secretário para o Fortalecimento da Democracia da OEA
A falta de transparência nas
eleições de 28 de julho na Venezuela e
a ausência de provas que respaldem o resultado oficial que apontou a vitória do
presidente Nicolás
Maduro mostram que o sistema democrático do país entrou em
colapso, advertiu, nesta terça-feira (20), Francisco Guerrero, secretário para
o Fortalecimento da Democracia da Organização dos Estados Americanos (OEA). “Em que processo
eleitoral no mundo você pode esperar três semanas para conhecer as evidências
que garantem um resultado? Em nenhum outro lugar do mundo. O que isso ratifica
é que o sistema democrático na Venezuela entrou em colapso”, declarou Guerrero,
que participa da 17ª Reunião Interamericana de Autoridades Eleitorais (RAE) na
cidade de Luque, no Paraguai.
Para ele, os venezuelanos
decidiram “na direção oposta” aos resultados emitidos pelo Conselho Nacional
Eleitoral (CNE), que oficializou a vitória de Maduro para um terceiro mandato,
resultado questionado pela oposição e por grande parte da comunidade
internacional. Guerrero também considera que o CNE “foi caracterizado como estando
nas mãos do regime de Nicolás Maduro”.
A Plataforma Unitária Democrática
(PUD), maior coalizão opositora venezuelana, considerou os resultados
anunciados pelo CNE fraudulentos e afirma que seu candidato, Edmundo González
Urrutia, foi o verdadeiro vencedor das eleições. Guerrero destacou que a “falta
de independência” eleitoral na Venezuela, assim como a “falta de capacidade
política” do governo de Maduro “para reconhecer o que o povo realmente disse
nas urnas, é o que gerou essa crise”.
Neste contexto, o delegado da OEA
enfatizou a importância de “autoridades eleitorais que sejam autônomas, que
sejam independentes, que não respondam aos ditames dos poderosos ou de grupos
de interesse”. Na abertura da reunião, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro,
disse em um vídeo que a organização continuará a “lutar pelo retorno da
democracia na Venezuela”.
“O objetivo continua sendo um
futuro democrático, sem perseguição política, com total respeito aos direitos
fundamentais”, disse Almagro, que pediu às autoridades eleitorais que garantam
que todas as vozes e votos sejam válidos.
Por Jovem Pan
*Com informações da EFE
Publicado por Carolina Ferreira
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