General do Exército boliviano é
demitido após mobilizações em La Paz, presidente denuncia irregularidades e
ex-presidente fala em golpe de estado
O general do Exército da Bolívia, Juan José Zúñiga,
foi demitido nesta terça-feira (25) e é apontado como responsável pelas
mobilizações de tropas e tanques em La Paz. O presidente Luis Arce denunciou
as movimentações militares como “irregulares”, enquanto o ex-presidente Evo Morales afirmou
que há um golpe de estado em curso. Membro do alto escalão
do Exército boliviano, Zúñiga atuava como Comandante Geral do Exército
boliviano desde 2022. Controvérsias e acusações fazem parte de sua carreira,
sendo identificado por Evo Morales em um suposto plano para perseguir lideranças
políticas. Durante uma entrevista na televisão nesta segunda-feira (24), Zúñiga
declarou que Morales não poderia mais ser presidente do país, afirmando que não
permitira “que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do
povo”. Evo Morales criticou as declarações do militar em uma declaração
publicada no “X”
(antigo Twitter). “O tipo de ameaças feitas pelo Comandante Geral do Exército,
Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em democracia. Se não forem desmentidos pelo
Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e
Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que o que estão realmente a
organizar é um autogolpe”.
Nesta quarta-feira (26), o
general disse que “por enquanto” reconhecia Arce como chefe das Forças Armadas,
mas que haveria uma troca ministerial no governo. “Os três chefes das Forças
Armadas viemos expressar nossa discordância. Vai haver um novo gabinete de
ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar
desse jeito”, afirmou Zúñiga à mídia local. Zúñiga já foi acusado de envolvimento
em escândalos de corrupção, como desvio de verbas destinadas a
programas sociais. Em 2014, ele e outros militares foram sancionados com sete
dias de prisão. Em janeiro de 2024, foi descrito como “especialista em
inteligência militar” e “espião a favor do governo” pelo jornal El Deber. O
militar também teria ligações com movimento sindicais, sendo chamado de
“general do povo” e tende participado em eventos de diferentes organizações ao longo
dos anos.
Por da Redação/JP
Publicado por Luisa Cardoso
*Reportagem produzida com auxílio
de IA
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