Segundo a ministra, o governo
antecipou ações que adotaria em agosto e que desde o início de maio está em
‘pronta ação’
A ministra do Meio Ambiente e das
Mudanças do Clima, Marina Silva, alertou sobre a gravidade dos
incêndios no Pantanal e responsabilizou a “ação humana” pelos
incêndios no Pantanal e na Amazônia, destacando que eles são intensificados por
extremos climáticos e ações criminosas. “Temos um esgarçamento de um problema
climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul, e que nós
sabíamos que iria acontecer com seca, envolvendo a Amazônia e o Pantanal.
Agora, nós temos uma ação de pessoas que usam a queima controlada do fogo”,
afirmou a ministra nesta segunda-feira (24) após uma reunião da “sala de
situação” sobre o assunto, no Palácio do Planalto. Marina prosseguiu: “O único
meio que nós teríamos de evitar (o fogo) é que as pessoas não queimem. E elas
não estão conscientes ainda o suficiente para entender que combater o fogo é
evitar o fogo.”
Segundo a ministra, o governo
antecipou ações que adotaria em agosto e que desde o início de maio está em
“pronta ação”. Ela ressaltou que a pasta decretou situação de emergência em
relação ao fogo no mês de abril eque o Ministério do Meio Ambiente já
vinha planejando ações para lidar com os incêndios desde outubro do ano
passado. De acordo com Marina, mais de 80% dos incêndios ocorrem em
propriedades privadas, o que torna a situação ainda mais preocupante. Neste
momento, o ministério tem a perspectiva de receber um adicional. Atualmente,
disse ela, são 175 brigadistas do Ibama e 53 do ICMBio em ação, além de 53
combatentes da Marinha e mais 250 profissionais. Segundo ela, haverá um
adicional de 50 brigadistas do Ibama e de 60 da Força Nacional.
Segundo ela, o Ministério da
Justiça e Segurança Pública participa das ações com um trabalho de inteligência
“para que todos os criminosos que estão provocando incêndios possam ser
devidamente investigados e punidos”. A ministra afirmou que as práticas envolvem
principalmente a renovação de pastagens e da queima controlada. “Todos
aqueles que fizerem o uso do fogo para a renovação de pastagens ou para a
atividade qualquer que seja ela estará cometendo um delito”,
declarou. “Neste momento, é fundamental parar de usar fogo para qualquer
coisa. E, nesse período, não tem incêndio por raio. O que está acontecendo é
incêndio por ação humana”, disse. Na sexta-feira, 28, Marina e demais
ministros pretendem visitar o município de Corumbá (MS) para analisar os impactos
dos incêndios. A decisão ocorreu após a reunião da “sala de situação”, que
também teve a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e
da ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Por Jovem Pan
*Com informações do Estadão
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