O governo cubano anunciou hoje um
pacote de medidas econômicas drásticas para enfrentar a prolongada crise na
ilha. Previstas para entrar em vigor em 2024, as mudanças incluem aumentos nos
preços de combustíveis, eletricidade, água e outros serviços essenciais. O
subsídio universal à cesta básica será extinto, sendo substituído por um novo
sistema de subsídios direcionados a pessoas com base em sua vulnerabilidade,
conforme apresentado pelo Primeiro-Ministro, Manuel Marrero, à Assembleia
Nacional.
Marrero justificou a mudança,
afirmando que o novo modelo visa “subsidiar pessoas e não produtos”, buscando
maior justiça e eficiência. No entanto, a medida não abordou a preocupante
situação de extrema pobreza enfrentada por 88% da população cubana, mesmo com o
subsídio em vigor.
Simultaneamente, o governo
planeja cortar subsídios em serviços essenciais como água, eletricidade, gás
liquefeito e combustível. Isso resultará em aumentos significativos nas tarifas
de eletricidade, custos de abastecimento de água e preços de gás liquefeito. O
combustível para turistas também será cobrado em moeda estrangeira.
Adicionalmente, “novas tarifas”
serão aplicadas aos serviços de transporte de passageiros, sem detalhes
específicos sobre o aumento. Todas essas medidas terão impacto nas famílias
cubanas, uma vez que afetam recursos essenciais para a subsistência.
O governo também planeja
modificar a taxa de câmbio oficial do peso cubano em relação ao dólar, com a
colaboração do Banco Central. Contudo, essa mudança pode acarretar uma
desvalorização da moeda local, contribuindo para o aumento da inflação e
tornando os salários ainda mais insuficientes.
Por fim, uma “revisão” do número
de funcionários do Estado está em andamento, visando reduzir a massa salarial.
O governo busca eficiência na administração, estudando uma lei sobre a
organização da administração central do Estado.
Cuba enfrenta uma crise econômica
persistente, com o PIB contraindo entre 1% e 2% em 2023, em oposição ao
crescimento de 3% previsto anteriormente. A inflação formal atingirá cerca de
30%, e o déficit atingirá 15% do PIB. A redução do turismo, uma importante
fonte de receita, também impacta a economia cubana, com a previsão de apenas 3
milhões de turistas visitando o país até 2024, comparado aos 4 a 5 milhões
antes da pandemia.
(Com informações da EFE)
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