Especialista avalia impactos ambientais da Tragédia de Petrópolis | Rio das Ostras Jornal

Especialista avalia impactos ambientais da Tragédia de Petrópolis


As chuvas ocorridas nos dias 15 de fevereiro e 20 de março do ano passado, foram um fenômeno assustador para a cidade de Petrópolis. Em poucas horas, mais de 260 milímetros de chuva devastaram do centro aos distritos e revelando problemas que podem provocar novos transtornos no futuro.

“Completamos um ano dessa tragédia há poucos dias e as consequências que ficaram são inúmeras. A localidade tem morros compostos por material sedimentar, ou seja, camadas de terra que foram depostas ali ao longo dos anos. E isso traz como consequência a instabilidade e o desprendimento de materiais em diversas regiões, após o acúmulo de água que escoa de forma irregular e passa a infiltrar esses locais. Outro agravante é o assoreamento dos principais rios da cidade, o que pode voltar a ser um problema para as próximas chuvas, além da infiltração que pode trazer novos deslizamentos”, explica a Engenheira Agrônoma e Perita Ambiental, Carolina Rodrigues.

De acordo com a especialista, é necessário um estudo geológico nas áreas de alta instabilidade para detectar em que níveis se encontram. Uma das grandes dificuldades é a ocupação irregular em localidades que tem escoamento de esgotos inadequados e até mesmo de lixo.

“Precisamos ter vários cuidados para evitar outras catástrofes. Dentre eles a observação do movimento da água, por onde escoa, que caminho faz e qual volume pode atingir. Isso evita que sejam feitas intervenções em locais que não são apropriados. Tudo começa pela adequação e regularização das moradias em locais de risco, pois tendo fiscalização muitas dessas tragédias poderiam ter sido evitadas. Porém como já ocorreu a ocupação, se faz necessário a instrução da população, obras de saneamento e também de contenção para evitar riscos futuros em áreas de morro ou beiras de rio”, detalha Carolina.

A especialista chama a atenção para a importância da consciência ambiental, que está relacionada diretamente à qualidade de vida das pessoas.

“A consciência ambiental é importante porque tem efeitos positivos na para o planeta e para a vida das pessoas. Uma das coisas mais importantes que ela faz é informar as pessoas sobre os perigos que podem ocorrer ao não ter cuidado com o uso da terra. É muito importante que os devidos profissionais sejam envolvidos nos processos de construção e avaliação de solo, principalmente para tornar mais seguro e respeitar a natureza, evitando mortes futuras ou danos ambientais. Temos hoje em escolas e comunidades iniciativas que acontecem justamente com esse objetivo: educar para transformar”, pontua a Engenheira Agrônoma.

Uma das soluções que poderia contribuir para a recuperação de áreas degradadas é o reflorestamento. A técnica conta com o plantio de   árvores realizado sequencialmente pelo ser humano, em larga escala e de forma mais ágil. É importante, no entanto, se atentar a duas características essenciais das plantas: tempo de crescimento e adaptação ao solo e clima. Esses atributos fazem com que elas se desenvolvam em um ritmo mais acelerado e, desta forma, promovem uma rápida cobertura na área a ser recuperada. É necessário preparar o terreno, escolher as ferramentas adequadas e optar pela técnica menos invasiva. A técnica também depende da espessura da camada de terra que se encontra em determinado local a ser restaurado.

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