A vacina da Johnson's é uma das que utilizam o adenovírus.
VINCENT WEST / REUTERS - ARQUIVO
Cientistas
acreditam que material genético dos adenovírus usados nos imunizantes possam
causar coagulação em algumas pessoas
Pesquisadores alemães afirmaram nesta quarta-feira (26) que, com base em pesquisas de laboratório, acreditam ter encontrado a causa dos raros mas graves episódios de coagulação do sangue entre algumas pessoas que tomaram vacinas de Oxford/AstraZeneca e Johnson & Johnson contra a covid-19.
Os
pesquisadores, em um estudo ainda não revisado por especialistas, disseram que
as vacinas contra covid-19 que empregam vetores de adenovírus — vírus da gripe
usados para entregar material vacinal — enviam parte de sua carga para o
núcleo das células, onde algumas das instruções para fazer proteínas do
coronavírus podem ser mal interpretadas.
As proteínas
resultantes podem potencialmente desencadear distúrbios de coágulo sanguíneo em
um pequeno número de receptores, sugerem eles.
Cientistas e
reguladores de medicamentos dos Estados Unidos e da Europa têm buscado uma
explicação para o que está causando os coágulos raros, mas potencialmente
mortais, acompanhados por baixas contagens de plaquetas no sangue, que levaram
alguns países a interromper ou limitar o uso das vacinas da AstraZeneca e da
J&J. Outros cientistas sugeriram teorias para a condição de coagulação.
A Johnson &
Johnson, em um comunicado enviado por e-mail, disse: "Estamos apoiando
pesquisa e análise contínuas deste evento raro enquanto trabalhamos com
especialistas médicos e autoridades de saúde globais. Esperamos revisar e
compartilhar dados assim que estiverem disponíveis". A AstraZeneca não
quis comentar.
Vacinas de
RNA mensageiro
Pesquisadores
da Universidade Goethe de Frankfurt e de outros locais explicaram em seu artigo
que as vacinas usando uma tecnologia diferente conhecida como RNA mensageiro
(mRNA) —como as da Pfizer e Moderna — entregam o material genético da proteína
spike do coronavírus apenas para o fluido encontrado dentro das células, não
para o núcleo das células.
“Todas as
vacinas baseadas em mRNA devem representar produtos seguros”, diz o artigo.
O texto sugere
que é possível aos fabricantes de vacinas usando vetores de adenovírus fazer
modificações que aumentem a segurança desses produtos farmacêuticos.
Reuters
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