A reviravolta no STF (Supremo Tribunal Federal), que, por maioria, vetou a possibilidade de reeleição dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abriu uma guerra dentro da corte.
Até a noite de
sábado (5), a ala que acompanhou a tese do ministro Gilmar Mendes a favor da
recondução no Congresso contabilizava os votos dos ministros Luís Roberto
Barroso e Luiz Fux, presidente da corte, para formar maioria.
A mudança
surpreendeu integrantes não só do Judiciário, mas também do Legislativo. De
acordo com relatos feitos à CNN, Fux e Barroso teriam se
comprometido, internamente, a acompanhar Gilmar. A sinalização também foi feita
a Alcolumbre, segundo aliados do presidente do Senado.
Nos bastidores,
os dois magistrados contavam com um gesto de Maia. Nos últimos dias, o Supremo
recebeu recados de que o presidente da Câmara não entraria na disputa, mesmo
que o tribunal desse aval.
A avaliação no
Supremo é a de que, com a mudança no resultado, Fux reforça a tese de que não é
confiável e, a partir de agora, enfrentará uma série de dificuldades. Ministros
têm dito, inclusive, que a “gestão Fux acabou”.
No Congresso, a
avaliação é a de que a decisão do Supremo “zera o jogo” para a disputa de 2021
e o DEM, antes à frente da duas Casas, pode perder o controle da sucessão.
Segundo líderes do Congresso, a falta de uma declaração enfática de Maia sobre
quem apoiaria, acabou gerando um desgaste desnecessário ao partido.
Ainda na noite
deste domingo (6), ao menos dois movimentos começaram a ser especulados na
Câmara: a possibilidade de o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB) migrar do PP para
outro partido e, assim, ser o candidato de Maia; e o DEM apostar no nome de
Fernando Coelho Filho (DEM-PE).
A avaliação, no
entanto, é a de que, neste cenário, o candidato do governo, deputado Arthur Lira
(PP-AL), pode atrair parte das siglas que caminhavam com Maia até aqui.
Durante o fim
de semana, aliados do presidente Senado trabalhavam para divulgar já nesta
segunda (7) uma lista com o apoio de ao menos 60 dos 81 senadores à reeleição
de Alcolumbre. A reviravolta no Supremo forçou um rearranjo de forças. Líderes
já apostam numa disputa entre o MDB e o PSD para fazer o nome que reunirá o
grupo de Alcolumbre.
Por Thais
Arbex, CNN
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