
Fogo Cruzado levantou dados de políticos baleados
nos últimos cinco anos. Reprodução internet
Em média, 9
políticos foram baleados por ano no Grande Rio
Rio
- Faltando uma semana para as eleições municipais, o Fogo Cruzado mapeou
46 políticos baleados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde o ano
eleitoral de 2016: 38 deles morreram - uma média de 9 baleados por ano. A
Baixada concentrou 76% do total de políticos baleados no Grande Rio nos últimos
5 anos: foram 35 vítimas, das quais, 29 morreram.
Desde 2016, as eleições municipais têm sido decididas por outro elemento além
do botão de confirmar das urnas eletrônicas: o gatilho. E 2020 não tem sido diferente.
Às vésperas das eleições municipais, o Grande Rio já tem 7 políticos vítimas da
violência armada - apenas um deles sobreviveu. Zico Bacana, que é vereador do
município do Rio e candidato à reeleição pelo Podemos, foi baleado durante
ataque em um bar em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte, no dia 2 de
novembro, 13 dias antes do primeiro turno. Outras quatro pessoas foram baleadas
no ataque - duas delas morreram.
No ano passado, o número de políticos baleados quase dobrou em relação a 2018,
mesmo não sendo ano eleitoral: dos 13 feridos, 9 morreram. No dia 25 de maio, o
empresário Robson Giorno, de 45 anos, dono do Jornal O Maricá e pré-candidato
(Avante) a prefeitura de Maricá para as eleições de 2020, foi morto a tiros na
Avenida Prefeito Ivan Mundin, que corta os bairros Eldorado e Araçatiba. Giorno
foi presidente do PSL em Maricá durante cinco anos e chegou a ser apresentado
como pré-candidato à prefeitura em 2015, mas retirou a candidatura. A esposa de
Giorno, Simone, foi candidata a vereadora em 2016, pelo PSL, mas não foi
eleita.
Em 2018, ano da intervenção federal e das eleições estaduais e nacional, o
número de políticos baleados voltou a subir, em comparação com 2017: foram 7
vítimas (todos morreram). Entre eles, Marielle Franco, vereadora do Rio de
Janeiro pelo PSOL. Marielle, que estava acompanhada da assessora e do motorista
Anderson Pedro Gomes, foi baleada no Estácio, após sair de um evento na Lapa,
na região central do Rio, no dia 14 de março. O motorista também morreu. A
assessora não foi ferida. Mais de 2 anos depois, a morte da vereadora e seu
motorista segue sendo investigada.
No ano de 2017 - sem eleições - o número de políticos baleados caiu
drasticamente comparado ao ano eleitoral de 2016 - 2 ex-vereadores foram
mortos. Gilmar Mendes de Amorim, mais conhecido com ‘Gil do Gás’, de 59 anos,
foi morto a tiros próximo ao depósito de gás do qual era dono, em Visconde de
Itaboraí, cidade onde foi vereador, no dia 30 de junho; e Alexandro Antônio, 42
anos, conhecido como Sandro Gordo, ex-vereador de Duque de Caxias foi
assassinado a tiros no bairro de Xerém, no dia 4 de janeiro.
Em 13 de janeiro de 2016, o vereador de Magé, Geraldo Cardoso Gerpe (PSB), foi
a primeira vítima da violência armada contra políticos registrada naquele ano. Geraldão,
como era conhecido, foi morto a tiros quando estava no estacionamento da Câmara
Municipal da cidade. Além dele, outros 16 políticos foram baleados no Grande
Rio naquele ano: 13 deles tiveram o mesmo fim de Geraldão, e morreram.
Baixada
Entre os municípios da região, Nova Iguaçu é a cidade "campeã" em
baleados: foram 7 mortos e 1 ferido. Magé ocupou o segundo lugar, com 7
baleados - todos mortos. Em seguida Duque de Caxias (4), Seropédica (4),
Belford Roxo (4) e Japeri, Nilópolis, Queimados e São João de Meriti completam
a lista, com 2 baleados cada.
Outros 6 representantes foram baleados - todos morreram. Os crimes ocorreram
nos municípios de Itaboraí (2), Maricá (2), Niterói (1) e São Gonçalo (1). No
município do Rio, houve 5 vítimas: 3 na Zona Norte, 1 na Zona Oeste e 1 na
Região Central.
Integrantes de diferentes correntes políticas foram vítimas da violência armada
no Grande Rio. A maioria das vítimas eram do PTC (4). DEM, PDT, PHS, PSB e PSDB
tiveram 2 pessoas de seus quadros entre os baleados, cada. As demais vítimas
eram de partidos sortidos.
Agentes de segurança
Dos 46 políticos baleados nos últimos cinco anos, 11 eram agentes de segurança.
Destes, 6 morreram. Entre eles, estava o candidato a vereador de Seropédica
pelo PC do B Júlio César Fraga Reis, terceiro sargento da PM, lotado na UPP São
Carlos. Na madrugada de 20 de agosto de 2016, Júlio César estava saindo de uma
festa acompanhado de uma mulher e um amigo, no bairro Boa Esperança, em
Seropédica, quando ocupantes em um carro atiraram contra eles. Júlio e o amigo
morreram no local, a mulher foi socorrida.
Salvos por pouco
Por 13 vezes, políticos do Grande Rio escaparam de entrar nas estatísticas da
violência. A exemplo desses casos, por 2 vezes, Wagner Carneiro dos Santos, o
Waguinho, prefeito de Belford Roxo e candidato à reeleição neste ano, foi alvo
de atentados. No dia 15 de fevereiro de 2019, o carro em que estavam Waguinho
(MDB) e a esposa, a deputada federal Daniela do Waguinho (MDB), foi atingido
por um tiro de fuzil, mas ninguém se feriu. Oito meses depois, no dia 12 de
outubro, de acordo com Wagner, ele voltou a ser alvo de tiros quando visitava
obras que estavam sendo realizadas pela prefeitura no bairro de Heliópolis, em
Belford Roxo. Wagner escapou novamente.
Este ano, no dia 20 de maio, o carro em que estava o deputado Márcio Canella
(MDB) foi alvo de tiros em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O parlamentar
estava com o irmão e um segurança, mas o veículo era blindado e ninguém ficou
ferido.
POR O DIA
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