O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21), durante coletiva realizada em Brasília, que aguardará até sexta-feira um possível recuo do governo federal a respeito da vacina Coronavac.
Caso o
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não restabeleça o acordo para a compra
de 46 milhões de doses do imunizante, diz Doria, ele e os demais governadores
de estados adotarão as medidas necessárias para garantir o fornecimento da
vacina, testada pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa
Sinovac.
"Vamos
esperar 48 horas. Se até sexta-feira, não houver nenhuma medida de recuo por
parte do governo federal para fazer o que deve fazer, apoiar as vacinas,
inclusive a do Butantan, nós sabemos quais medidas poderão ser adotadas. Seja
por São Paulo, seja pelos governadores, que estão entristecidos, para não dizer
frustrados", disse.
João Doria
afirmou que os governadores estão "entristecidos, para não dizer
frustrados" e afirmou que Bolsonaro desrespeitou o Pacto Federativo, a
divisão de poder entre União, estados e municípios, ao desautorizar a reunião
entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e representantes de 24 estados.
"O
presidente desvalidou uma reunião do ministro da saúde com 24 governadores.
Além de desautorizar o seu ministro da Saúde, ele desautorizou o pacto
federativo. Todos os governadores querem a vacina, para salvar a população dos
seus estados", disse Doria à imprensa.
Para o
governador paulista, o Brasil deve buscar "as vacinas", no plural,
para poder imunizar o maior número de pessoas.
"Com a
vacina, salvamos vidas, controlamos o coronavírus, a pandemia, e voltaremos à
normalidade da economia, da geração de empregos e da geração de renda",
disse João Doria.
Além da
Coronavac, o país já tem entendimentos com a vacina da Universidade de
Oxford/AstraZeneca, em cerca de 100 milhões de doses, e com o Covax, consórcio
das Nações Unidas que projeta vacinas para 10% da população brasileira até
2022.
Caso se
confirme a tendência de vacinação em duas doses, os imunizantes de Oxford, que
viria ao longo de alguns meses, poderiam imunizar cerca de 50 milhões de
pessoas, com mais cerca de 21 milhões via Covax. Segundo o último número do
IBGE, o Brasil tem uma população de mais de 212 milhões de pessoas.
Até o momento,
todas as vacinas produzidas estão em fase de testes, incluídas a Coronavac e a
de Oxford. Concluídas todas as etapas, será necessária ainda a análise dos
documentos apresentados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) para que um imunizante possa ser aplicado no país.
Guilherme
Venaglia, da CNN, em São Paulo
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