Em acordo de
delação premiada negociado com procuradores do Ministério Público Federal,
Orlando Diniz, então presidente do Sesc e Senac no Rio, revelou que a pedido de
Sérgio Cabral, contratou entre 2003 e 2017 funcionários do ex-governador do Rio
de Janeiro para dificultar o rastreio do dinheiro desviado do Sistema S
fluminense. A
força-tarefa da Operação Lava Jato realiza a operação "E$quema S"
contra escritórios de advocacia acusados de desviar pelo menos R$ 151 milhões
do Sistema S fluminense, composto por Sesc, Senac e Fecomércio.
Segundo afirmam
os procuradores, os desvios com os “funcionários fantasmas” de Cabral totalizam
R$ 5.812.634,66. A delação indica que a chefe de cozinha do
ex-governador, Ana Rita Menegaz, recebeu mais de R$ 1 milhão e a secretária
pessoal do ex-governador Sônia Ferreira Batista, mais de R$ 800 mil.
“Entre os anos
de 2003 a 2017, Orlando Diniz contratou, como presidente do Sesc e do Senac
Rio, várias pessoas a pedido de Sérgio Cabral sem que elas efetivamente
prestassem qualquer serviço às entidades paraestatais, em repasses que
totalizaram R$ 5.812.634,66. Foram contratados os seguintes “funcionários
fantasmas” (ou “jabutis”), a secretária pessoal do ex-governador Sônia Ferreira
Batista, que recebeu indevidamente o total de R$ 846.814,21; a chefe de cozinha
do ex-governador Ana Rita Menegaz, que recebeu o total de R$ 1.597.701,59;
Carla Carvalho Hermansson, que recebeu o total de R$ 1.546.565,57; Ione Brasil
Macedo, que recebeu o total de R$ 602.490,09; e, Gladys Silva Falci de Castro,
que recebeu o total de R$ 1.219.063,20, sendo certo que estas três últimas são
irmã e esposas, nessa ordem, de Wilson Carlos, Ary Filho e Sérgio de Castro,
que, como visto, eram os operadores financeiros de Sérgio Cabral”, detalham os
procuradores do MPF.
No documento, o
MPF não esclarece se os funcionários pessoais de Cabral tinham ou não
conhecimento de estarem sendo usados no esquema de desvios. Todos ainda serão
ouvidos pelos procuradores. Wilson Carlos, Ary Filho e Sérgio de Castro
já foram presos em outros operações da Lava Jato.
Na denúncia de
510 páginas, o MPF descreve como era operado o desvio no Sietema S fluminense,
composto por Sesc, Senac e Fecomércio, que envolvia o uso de contratos falsos
com escritórios advocacia. Os serviços declarados não eram prestados, mas
remunerados por elevados honorários por essas entidades representativas. As
investigações mostraram que as instituições destinaram mais de 50% de seu
orçamento anual a contratos com os escritórios de advocacia envolvidos,
acusados de desviarem pelo menos R$ 151 milhões.
De acordo com a
força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio, os valores podem ser ainda maiores,
já que são investigados possuem contratos que somam R$ 355 milhões.
Outro lado
Por meio de
nota, a Fecomércio/RJ informou que sua atual administração, eleita em abril de
2018, “está totalmente comprometida com o esclarecimento dos fatos e vem
colaborando com as autoridades para que a investigação possa ser realizada da
melhor forma”.
Em nota, a
defesa de Sérgio Cabral informou que o ex-governador é colaborador da Justiça
com acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Sobre esses fatos, dizem
os advogados, ele já prestou esclarecimentos à Polícia Federal e entregou
provas de corroboração.
Maria Mazzei
e Camille Couto, da CNN no Rio de Janeiro
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