Supremo decide limitar o fornecimento de informações à Abin | Rio das Ostras Jornal

Supremo decide limitar o fornecimento de informações à Abin

Vista de plenário do STF durante sessão.
Foto: Adriano Machado - 17.out.2019/Reuters

Por maioria de 9 votos a 1, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta quinta-feira (13) estabelecer limites no envio de dados do governo à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo os ministros, o fornecimento de informações precisa ter uma motivação específica e levar em conta o interesse público. 
A ministra Cármen Lúcia, relatora, foi seguida pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. O ministro Celso de Mello não estava presente. O Marco Aurélio divergiu da maioria. "Não vejo, no que aprovado pelos nossos representantes, algo discrepante com a Constituição" afirmou.
A relatora, ministra Cármen Lúcia estabeleceu que os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) somente podem fornecer dados específicos à Abin quando evidenciado interesse público da medida e afastada qualquer possibilidade desses dados poderem ser solicitados ou entregues para atender interesses pessoais ou privados. 
Para a ministra, a Abin só pode acessar dados protegidos por sigilo com autorização judicial. E, nos demais casos, deve comprovar que as requisições de dados a outros órgãos de governo são para atender ao interesse nacional, e não “a interesses particulares do Estado ou de agentes do Estado”.
A ministra afirmou ainda que o principal objetivo do compartilhamento dos dados e informações é a defesa das instituições e dos interesses nacionais. "Os mecanismos de dados de compartilhamento de dados e informações são postos para abrigar o interesse público e não para sustentar os interesses privados", disse.
“Há um cenário em que a ausência de protocolos claros de proteção e tratamento de dados, somada à possibilidade, narrada na inicial e amplamente divulgada na imprensa, de construção de dossiês investigativos contra servidores públicos e cidadão pertencentes à oposição política, deve gerar preocupações quanto à limitação constitucional do serviço de inteligência", acrescentou Fachin.
Os ministros analisaram uma ação apresentada pelo Partido Socialista Brasileiro e pela Rede contra um decreto do presidente Jair Bolsonaro. Na ação, os partidos pedem que órgãos de inteligência não forneçam à Abin dados fiscais, bancários, telefônicos e informações de inquéritos policiais ou da base de dados da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atual Unidade de Inteligência Fiscal (UIF).
A norma editada por Jair Bolsonaro no fim de julho revogou normas que regulamentavam o controle dessa atividade, impondo à Abin o compartilhamento das informações com demais órgãos. O decreto ainda aumentou o número de cargos comissionados e permitiu o treinamento de inteligência a servidores não concursados.
Gabriela Coelho Da CNN, em Brasília

Postar no Google +

About Redação

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.
    Blogger Comment
    Facebook Comment

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!