Brasileiro e suíço sequestrados na Colômbia são resgatados | Rio das Ostras Jornal

Brasileiro e suíço sequestrados na Colômbia são resgatados

Garcia (à dir.) e Guggenheim, com seus cachorros,
após serem libertados. 
Mauricio Duenas / EFE - 18.6.2020

José Ivan Alburqueque Garcia e Daniel Max Guggenheim foram capturados em 16 de março por grupo guerrilheiro dissidente das Farc
Um cidadão brasileiro e um suíço, sequestrados em março passado por dissidentes das Farc no departamento colombiano de Cauca, foram resgatados nesta quinta-feira (18) pelo Exército da Colômbia e transferidos para Bogotá.
"Graças ao trabalho dos Grupos de Ação Unificada pela Liberdade Pessoal, o cidadão suíço Daniel Max Guggenheim, aposentado do Banco Courts, servindo o Reino Unido, e o cidadão brasileiro José Iván Albuquerque García, voltaram à liberdade", disse o Exército em comunicado.
Guggenheim e Albuquerque foram mantidos em cativeiro em uma habitação em Corinto, alcançada por soldados que também mantinham cativos seus animais de estimação: dois cães da raça Loulou da Pomerânia.
Os dois estrangeiros, que estavam viajando por várias áreas do Pacífico colombiano quando foram seqüestrados, serão entregues às embaixadas de seus países.
Sequestrados em Corinto
Segundo o que eles relataram, seu sequestro foi cometido por dois homens quando estavam a 15 quilômetros de Corinto, a caminho da cidade de La Plata, no departamento sul da Huila, uma rota mais curta que a mais tradicional, que eles decidiram usar dadas as restrições de viagem em vigor pela quarentena contra o coronavírus.
"Havia duas rotas, mas a mais rápida indicava Pereira-Flórida-Corinto e depois atravessamos a montanha em direção a La Plata (...) nós percorremos o mais curto e cerca de 15 quilômetros depois de Corinto (...) os seqüestradores chegaram", contou Guggenheim.
Os homens, que estavam de moto, se aproximaram com armas de fogo e levaram seus pertences depois de ameaçá-los, dizendo que haviam chegado "ao cemitério".
"Então eles nos levaram a uma casa onde nos trancaram em um quarto por quatro dias. Pessoas do grupo vieram nos perguntar o que estávamos fazendo aqui e o que poderíamos dar a eles para sair rapidamente", acrescentou.
Extorsão
Guggenheim se ofereceu para dar a eles 700.000 pesos (cerca de R$ 1.000) que ele tinha em dinheiro na hora e conseugir mais dinheiro se o levassem a um caixa eletrônico. A oferta foi rejeitada por um dos sequestradores que, em troca, exigiram 30 milhões de pesos (cerca de R$ 43 mil) .
"Eu tinha apenas US$ 3.600 dólares e disse que teríamos que conversar com a família, mas eles não queriam e nos deixaram mais dois dias naquele quarto", disse ele.
Segundo ele, os seqüestradores entraram em contato com sua família em três ocasiões e chegaram a pedir até 1 bilhão de pesos (cerca de R$ 1,5 milhão) para a libertação.
"Após a terceira ligação, eles nos levaram a lugares distantes e abandonados. Estivemos em 11 lugares onde sentíamos muito frio em cabines. Muito triste", disse ele.
Voltar à liberdade
Guggenheim disse que durante o cativeiro eles receberam comida e não foram maltratados, mas o seqüestro os afetou psicologicamente.
"Ele me deu pesadelos, todo o meu apetite se foi, mas sobrevivemos. Durante um mês e meio, não podíamos falar com a família, foi difícil. Um milhão de agradecimentos à Colômbia, eu amo o país e, apesar de tudo, não tenho nada contra ele."
Na operação de resgate, um membro da coluna móvel das FARC Dagoberto Ramos, que opera naquela área do país, foi capturado. O sujeito, que parecia estar encarregado da segurança dos dois reféns, tentou fugir durante a operação militar na qual os policiais uniformizados apreenderam também um equipamento de comunicação.
No problemático departamento de Cauca, a violência diminuiu com o acordo de paz do governo com as FARC em 2016, mas a calma foi passageira porque dissidentes desse grupo guerrilheiro, como a coluna Dagoberto Ramos, seguem lutando contra partes gangues de drogas que atuam na região.
Da EFE, com R7

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