Bolsonaro reforçou que Guedes manda na economia. Ueslei Marcelino/Reuters - 1o.04.2020 |
Presidente
iniciou a segunda (27) na companhia do ministro da Economia, Tereza Cristina
(Agricultura) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) no Alvorada
O presidente da
República, Jair
Bolsonaro (sem partido), chamou alguns ministros e os chefes do Banco
Central do Brasil e da AGU (Advocacia-Geral da União) para um café da manhã, no
Palácio do Alvorada, nesta segunda-feira (27).
Na saída do
encontro, Bolsonaro reafirmou que Guedes é a autoridade responsável pelo
planejamento da economia do país. "O homem que decide economia no Brasil é
um só, e chama-se Paulo Guedes", assegurou. "Eu não falo pelo
Paulo, ele fala por mim nessas questões [da economia]", afirmou.
O encontro
marca uma reaproximação
com Paulo Guedes e baixa a temperatura sobre os rumores de uma
possível saída do superministro do governo federal.
O ministro
disse que o Brasil passou de reformas estruturantes, que estavam sendo feitas
antes da pandemia, para, agora, tomar medidas essenciais diante da crise
provocada pelo novo coronavírus, com quase 50 milhões de brasileiros recebendo
algum benefício do governo. Guedes disse que se trata de uma camada protetora
para salvar vidas e preservar empregos.
"Nós
estávamos crescendo acima de 2% quando bateu a crise do coronavírus. Nós
sabemos que vamos sair disso. [...] Claro que o mundo inteiro está gastando
mais por conta da crise, e também temos que gastar mais. Só que é um ano excepcional,
extraordinário. No ano que vem, estaremos certamente crescendo com os
investimentos [...]. Seguimos firmes no nosso compromisso, [...] nós vamos
surpreender o mundo de novo [com crescimento da economia]", avisou.
Guedes também
destacou que haverá, no Congresso Nacional, uma votação e a "aprovação de
um importante programa", a fim de descentralizar e enviar recursos para
Estados e municípios. O ministro também cobrou os servidores públicos a
colaborarem com as necessidades do país.
"Precisamos
que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil e fará um sacrifício
pelo Brasil, não ficará em casa com a geladeira cheia enquanto milhões de
brasileiros estão perdendo emprego. Não, eles vão colaborar. Eles vão ficar sem
pedir aumento por algum tempo. [...] Não peçam aumento por um ano e meio,
colaborem com o Brasil", reforçou.
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Além de Paulo
Guedes (Economia), estiveram presentes ao café da manhã Tereza Cristina
(Agricultura e Pecuária), Tarcisio de Freitas (Infraestrutura), Roberto Campos
Neto (presidente do Banco Central) e André Luiz de Almeida Mendonça
(Advocacia-Geral da União). O clima foi amistoso.
Rumores
sobre Guedes
A entrevista
com os ministros acontece após Guedes ter ficado incomodado com a divulgação do
Plano Pró-Brasil, que prevê gastos em obras de infraestrutura e cuja elaboração
não teve a participação da equipe econômica de Guedes.
O ministro
rejeitou a edição de planos nacionais de desenvolvimento, como se fez no
passado, e defendeu a necessidade de reformas estruturantes e a
responsabilidade fiscal.
"O
Programa Pró-Brasil, na verdade, são estudos", disse Guedes. "Agora,
isso vai ser feito dentro do programa de recuperação da estabilidade fiscal
nossa", garantiu.
No final da
semana passada, a saída conturbada de Sérgio Moro do governo alimentou, entre
economistas, preocupações sobre o futuro do ministro Paulo Guedes no governo
Jair Bolsonaro.
Para o mercado,
a avaliação era de que a agenda econômica ortodoxa, que já estava perdendo
força em meio à crise da pandemia do coronavírus, tenderia a ficar ainda mais
de lado no governo diante de esforços do presidente para se reposicionar
politicamente.
Do R7, com
Reuters
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