Deputado
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP)
Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
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Agora,
caberá à PGR decidir se denuncia ou não o deputado. Delatores disseram que ele
recebeu dinheiro da Odebrecht em 2014 e não declarou à Justiça; Paulinho diz
que doações foram legais.
A Polícia Federal indiciou
o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da
Força (SD-SP), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Agora, caberá à
Procuradoria Geral da República (PGR)
decidir se denuncia ou não o deputado à Justiça.
Paulinho da
Força é investigado desde 2017. Segundo delatores da Odebrecht, ele recebeu
doações em 2014 sem declarar à Justiça. Ainda conforme os delatores, os valores
foram pagos porque Paulinho ajudou a empresa a lidar com uma greve e com a
invasão da sede da empreiteira em São Paulo.
O G1 procurou
a assessoria de Paulinho da Força e aguardava resposta até a última atualização
desta reportagem.
À Polícia
Federal, o deputado já negou as acusações. Em depoimento, afirmou que as
doações foram legais e que não houve contrapartida.
O que
disseram os delatores
Fernando Cunha,
ex-executivo da Odebrecht Ambiental, afirmou que foram realizados dois
pagamentos de R$ 500 mil ao deputado. O repasse, segundo o delator, foi feito
pelo chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, apontado como
responsável por efetuar pagamentos de propina e caixa 2.
Nas planilhas
da empreiteira entregues pelos delatores, Paulinho da Força era identificado
pelo codinome "Forte".
A Polícia
Federal cruzou os dados das planilhas com informações de uma outra delação, a
do doleiro Álvaro Novis, responsável pelo pagamento físico do dinheiro.
Segundo a PF,
os registros da transportadora de valores Transnacional incluíam trocas de
mensagens internas "referentes à realização de quatro entrega de valores
para uma pessoa" identificada como assessora de Paulinho.
Conforme o
relatório da PF, as entregas ocorreram entre 22 de agosto e 16 de setembro de
2014 e somaram R$ 1,8 milhão. Diante desta informação, o delator Fernando Cunha
mudou o depoimento e disse que foram quatro pagamentos feitos "para
garantir uma atuação futura do parlamentar em benefício da Odebrecht no sentido
de influenciar no aumento da participação privada no setor de saneamento."
Áudios de
assessor
Segundo a PF, o
delator Álvaro Novis também entregou arquivos de áudio de conversas telefônicas
gravadas no sistema da corretora. Segundo os investigadores, os diálogos entre
um assessor do deputado e um funcionário da empresa tratavam das entregas de
valores.
De acordo com o
delegado responsável pelo caso, houve "pretensão de camuflar o real
conteúdo dos repasses" em razão do uso de termos como
"encomenda", "documentação" e "reunião".
"A vista
dos fatos aqui tratados, considerando mais a exuberância e a consistência dos
elementos probatórios já reunidos, revelou-se patente troca de interesses,
através de supostas doações de campanhas não contabilizadas, causando uma
nefasta corrupção do sistema público", concluiu o relatório.
Por Marcelo Parreira, TV Globo —
Brasília
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